PUBLICIDADE

Aliado nega que Khatami foi proibido de deixar o Irã

Atualização:

Um aliado próximo a Mohammad Khatami negou as informações divulgadas por uma agência de notícias semioficial nesta terça-feira, alegando que o ex-presidente reformista havia sido proibido de sair do Irã. "Não, não está correto. O sr. Khatami não foi impedido de deixar o país", disse o aliado à Reuters. Khatami apoiou o líder da oposição Mirhossein Mousavi na contestada eleição presidencial da República Islâmica em junho do ano passado, que levou o importante produtor de petróleo a viver o caos. Alguns iranianos linha-dura acusaram ambos Mousavi e Khatami de incitar os protestos que eclodiram depois das eleições, taxando as manifestacões como uma tentativa, apoiado por estrangeiros, de minar o poder clerical. Eles rejeitaram tais acusações. Segundo a agência de notícias semioficial Fars, um oficial da área de inteligência disse anteriormente que Khatami tinha a intenção de deixar o Irã, mas não deu mais detalhes. "Mohammad Khatami foi impedido de deixar o país", disse a Fars. Mas o advogado de Khatami, Mahmoud Alizadeh Tabatabai, disse à agência de notícias ILNA: "Para que uma proibição de viagem seja imposta a alguém, é necessário uma decisão judicial e por enquanto tal decisão não foi tomada para o sr. Khatami." De acordo com um site pró-reformista na Internet, o Parlamannews, uma fonte do escritório de Khatami disse: "O Sr. Khatami não teve nenhuma inteção recente de viajar ao exterior." Não houve comentários imediatos das autoridades Outras pessoas já foram impedidas de viajar para fora do Irã desde as eleições do ano passado, mas Khatami seria sem dúvida a pessoa de mais alto perfil a ser afetada. A oposição pró-reformista afirma que houve fraude na votação de junho para assegurar a re-eleicão do presidente linha-dura Mahmoud Ahmadinejad. O governo nega a acusação. Milhares de pessoas foram detidas depois das eleições e muitos foram presos com penas de até 15 anos, inclusive alguns aliados de Khatami. Duas das pessoas julgadas já foram executadas. (Reportagem de Parisa Hafezi; Reza Derakhshi, Hossein Jaseb e Ramin Mostafavi)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.