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Aliança de Netanyahu com direita pode ser tiro no pé em eleição

Por DAN WILLIAMS
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O acordo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com o parceiro de coalizão de extrema-direita, o chanceler Avigdor Lieberman, poderia sair pela culatra, reduzindo a liderança do premiê antes das eleições parlamentares de 22 de janeiro no país, mostrou uma pesquisa nesta sexta-feira. A pesquisa contraria a previsão de Netanyahu de que, através da aliança com o rival forte entre os eleitores nacionalistas, conseguiria reunir uma "força grande e coesa" de apoio para ganhar um terceiro mandato como primeiro-ministro. Os dados também sugeriram que os partidos de oposição, que estão distantes há bastante tempo diante da economia estável de Israel e da desilusão com o impasse no processo de paz palestino, teriam nova força com o rumo ideológico tomado pelo atual líder conservador. De acordo com uma pesquisa publicada pela emissora de maior audiência de Israel, a Channel Two, a lista de candidatos unificada do Likud, de Netanyahu, e dos partidos do Israel Beiteinu, de Lieberman, anunciada na quinta-feira, levaria apenas 33 dos 120 lugares no Parlamento. Apesar de ainda ficar à frente dos partidos rivais, representa uma queda desde segunda-feira, antes de a inesperada aliança ser anunciada, quando uma pesquisa para o canal de TV do parlamento Knesset 99 deu-lhes um total de 39 cadeiras. "Unificar listas geralmente as fazem encolher", disse Nahum Barnea, comentarista do jornal mais vendido do país, o Yedioth Ahronoth. "Qualquer um que não tolerava Lieberman e votava em Netanyahu vai pensar duas vezes, e o mesmo é verdade para aqueles que não toleram Netanyahu e votavam em Lieberman ." Enquanto o Channel Two projetou uma separação igual de assentos de 60 a 60 entre a coligação e os partidos de oposição no próximo Parlamento, a maioria dos comentaristas concorda que era improvável que estes últimos reunissem força ao se unirem para ofuscar a lista Netanyahu-Lieberman. "Não há um acordo para um líder de oposição e nenhum consenso, e quase nenhuma união parece ser possível aí", escreveu Shalom Yerushalmi no jornal Maariv. A imprensa israelense disse que os dois líderes decidiram juntar-se após pesquisas encomendados por seus partidos preverem que, em conjunto, teriam entre 45 e 47 assentos parlamentares. Fontes de ambos os partidos disseram que não tinham conhecimento de nenhuma destas pesquisas.

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