Americanos detidos no Irã são acusados de espionagem

Polícia deteve três civis na fronteira do Iraque no fim de julho; crime pode ser punido com morte

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Por Redação
Atualização:

O governo do Irã acusou de espionagem três americanos detidos na fronteira do país com o Iraque no fim de julho, informou nesta segunda-feira, 9, a agência oficial de notícias Irna, citando uma autoridade judiciária.

 

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"Os três são acusados de espionagem. As investigações continuarão sobre os americanos detidos no Irã", informou o promotor Abbas Jafari Dolotabadi. Ainda segundo ele, "um parecer sobre o caso será anunciado em um futuro não muito distante".

 

Os americanos Shane Bauer, 27, Sarah Shourd, 31, and Josh Fattal, 27, entraram no Irã por meio da fronteira iraquiana no fim de julho. Segundo as família, os três cruzaram a divisa acidentalmente e estavam apenas fazendo turismo.

 

O ministro de Assuntos Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, já tinha antecipado em 20 de outubro que os americanos seriam julgados após o fim das investigações. "Após terminados os interrogatórios, haverá um processo judicial e decidiremos depois com base no veredicto", disse o chefe da diplomacia iraniana na ocasião.

 

Mottaki insistiu em que os três americanos entraram de forma ilegal no país e que Teerã foi muito claro desde o início. "Divulgamos a notícia pouco depois dos fatos e inclusive informamos o escritório que protege os interesses dos EUA em Teerã (instalada na embaixada da Suíça)", ressaltou.

 

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, sugeriu em uma entrevista ao canal americano NBC em setembro que a libertação dos três detidos teria uma relação com a soltura de diplomatas iranianos que estão sob custódia das tropas dos EUA no Iraque.

 

Segundo as leis da República Islâmica, quem comete o crime de espionagem pode ser sentenciado por pena de morte.

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Compaixão

 

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seu país acredita que o Irã não tem razões para manter os americanos como prisioneiros e pediu que os três sejam libertados. "Acreditamos fortemente que não há evidências que respaldem a acusação", disse a secretária.

 

Hillary citou as famílias dos prisioneiros e pediu compaixão do governo iraniano. "Vamos renovar nosso pedido pelo bem desses três jovens e de suas famílias para que o governo iraniano tenha compaixão e os liberte para que eles possam voltar para suas casas, e continuaremos pedindo isso", concluiu a secretária.

 

(Com informações de Reuters, Efe e Associated Press)

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