
13 de setembro de 2010 | 10h58
A entrega de prisioneiros ocorreu após um acordo bilateral de segurança entrar em vigor no ano passado, pondo fim ao direito de militares norte-americanos deterem iraquianos. O acordo foi concluído formalmente em julho, com a transferência do último centro de detenção dos EUA.
As forças de segurança do Iraque são responsáveis pela violação sistemática dos direitos dos detidos e a elas tem sido permitido fazer isso com impunidade", afirmou Malcolm Smart, diretor da Anistia no Oriente Médio e o Norte da África.
"Mesmo assim, as autoridades norte-americanas, cujo histórico sobre os direitos dos presos também é precário, agora entregaram milhares de pessoas detidas pelas forças dos EUA para enfrentar essa série de ilegalidades, violência e abusos, abdicando de qualquer responsabilidade sobre os direitos humanos deles."
Uma autoridade iraquiana contestou as afirmações da Anistia.
O relatório da Anistia registra milhares de detenções arbitrárias e espancamentos de presos para obter confissões forçadas. O sistema judiciário iraquiano se baseia na garantia das condenações por meio de confissões, e não de provas.
A organização estimou que 30 mil pessoas são mantidas presas sem julgamento no Iraque e 10 mil delas deixaram de estar sob custódia norte-americana no último ano e meio.
"Esse relatório não tem fundamento e é impreciso. Nós respeitamos a lei e observamos as normas dos direitos humanos", disse o vice-ministro da Justiça do Iraque, Busho Ibrahim.
"Convidamos qualquer um a visitar nossas prisões e ver como todos são tratados", disse Ibrahim à Reuters, acrescentando que todos os prisioneiros foram detidos com mandados judiciais.
A Anistia acredita que vários presos morreram, possivelmente em decorrência do que descreveu como tortura e outros tratamentos indevidos executados por interrogadores e guardas prisionais.
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