BEIRUTE - O ex-primeiro-ministro libanês Saad al-Hariri fez um contundente ataque verbal contra o Hezbollah nesta terça-feira, 12. Segundo ele, o fato de o grupo xiita estar armado está na raiz do conflito no Líbano.
Filho do ex-premiê Hafiq Hariri, assassinado em 2005 em um atentado cuja investigação ainda não apontou definitivamente os responsáveis, Saad ocupou o cargo a partir de 2009 até recentemente.
Elevando a intensidade de sua oposição ao Hezbollah, que junto a aliados derrubou seu governo em janeiro, Saad disse que as acusações feitas pelo tribunal apoiado pela ONU que investiga o assassinato de seu pai e que acusa quatro membros do grupo nunca serão alteradas.
"Se (o líder do Hezbollah Hassan) Nasrallah aparecer em 300 entrevistas à mídia, (ele) não irá mudar o conteúdo das acusações", disse a uma TV libanesa desde Paris, na França. "Há pessoas acusadas (pelo assassinato) e devem ser julgadas", afirmou.
'Pagar o preço'
Segundo a AP, Saad exigiu que o Líbano prenda os quatro integrantes do grupo apontados de envolvimento no assassinato do pai. Para ele, o país "vai pagar o preço" se o Hezbollah proteger os acusados.
O ex-premiê está exilado em Paris desde a formação do novo governo libanês, liderado pelo premiê Najib Mikati. Mikati tem apoio do Hezbollah. Segundo a Efe, Saad disse ainda que "quem matou o pai também quer matar o filho". Ele assegurou que desde 2005 tem recebido ameaças, mas disse que em breve deverá voltar ao país.
Com Reuters, Efe e AP