Assad rejeitou apelo de líderes por solução pacífica, diz ex-premiê

Segundo Riad Hijab, presidente sírio disse não negociar com uma 'oposição dividida e armada'

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DUBAI - O presidente Bashar Assad vetou propostas do seu alto escalão para a busca de uma solução pacífica para a crise na Síria, depois de um atentado que matou vários homens de confiança do seu regime, disse o ex-primeiro-ministro Riad Hijab em entrevista exibida nesta terça-feira, 2, pela TV Al Arabiya.

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Veja também:link Assad visita Alepo e ordena mais tropas para batalha, diz jornallink Síria acusa potências ocidentais, Arábia Saudita e Turquia de terrorHijab desertou da Síria no começo de agosto e disse que o atentado rebelde de julho em Damasco, que resultou na morte do ministro da Defesa e de um cunhado de Assad, o convenceu de que não há solução militar para a crise. Hijab disse que então se reuniu com outros funcionários graduados, inclusive o vice-presidente Farouq al Shara, com os chefes do Parlamento e com o subsecretário-geral do partido governista Baath.

O grupo então decidiu pedir a Assad que iniciasse um diálogo com a oposição. "Bashar encarou isso com profunda rejeição. Ele rejeitou qualquer forma de diálogo com a oposição, seja dentro ou fora do país, e disse: ‘Não negocio com uma oposição dividida com uma agenda. Não é uma oposição patriótica, e está armada'", afirmou Hijab. "Isso foi um choque para todos nós, e fomos embora do palácio. Perdi completamente a esperança, especialmente nos últimos dias (antes da fuga), quando o Exército Sírio Livre controlava cerca de 70 por cento de Alepo", acrescentou. Hijab, que como grande parte da oposição pertence à maioria sunita, não era parte do círculo íntimo do regime. Mas, na qualidade de primeiro-ministro e mais graduado funcionário civil a desertar, sua saída representou um golpe simbólico para o governo, que é dominado pela seita alauíta, de Assad.

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