Efe
GENEBRA- A comissão independente da ONU sobre o assassinato da ex-primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto, acusou nesta quinta-feira, 15, o governo paquistanês de não proporcioná-la a segurança adequada e a polícia do país de fracassar "deliberadamente" na investigação do crime.
"A comissão considera que o fracasso da polícia na investigação do assassinato de Bhutto foi deliberada", afirma um documento divulgado nesta quinta, que aponte que os policiais responsáveis agiram deste modo "por temerem o possível envolvimento das agências de inteligência".
O grupo, presidido pelo embaixador do Chile na ONU, Heraldo Muñoz, garantiu que o assassinato da líder paquistanesa poderia ser evitado "se medidas de segurança adequada fossem adotadas".
Segundo o informe,o governo paquistanês, presidido então por Pervez Musharraf, conhecia "perfeitamente" as graves ameaças contra a vida de Bhutto, mas fez "pouco mais do que transferir essas ameaças à ela e às autoridades provinciais" e não atuou para "neutralizá-las".
A comissão também acusou a Polícia de Rawalpindi de "infligir danos irreparáveis à investigação" ao despejar água no local do crime e não preservar as provas físicas que ali se encontravam.
A insuficiência de medidas de segurança culminaram no assassinato de Bhutto, que estava em um automóvel "vulnerável" em dezembro de 2007, quando um adolescente suicida explodiu uma bomba próximo ao automóvel.
O reporte também ressalta "a partida apressada e irresponsável" do automóvel blindado da campanha de Bhutto do lugar do atentado, fazendo com que ela tivesse de usar um comum.
A comissão não oferece uma versão alternativa a explicação oficial deque a líder morreu ao ser golpeada com uma maçaneta do veículo onde estava, mas afirmou que ela foi assumida como a causa da morte "antes de uma investigação apropriada ser iniciada".
O documento também culpou o falecido líder do Taleban paquistanês, Baitulá Mehsud, e a Al-Qaeda pelo atentado.