Assentamentos judaicos podem ser aprovados na próxima semana

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Um plano para construir 1.400 novas residências para judeus na Cisjordânia pode ser aprovado até a próxima semana pela prefeitura israelense de Jerusalém, disse neste domingo um membro da Câmara dos Vereadores. Meir Margalit disse à Reuters que a comissão de planejamento de Jerusalém vai decidir, em 24 de janeiro, sobre a construção de habitações em Gilo, um assentamento urbano construído em uma região que Israel anexou após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. "É outro prego no caixão do processo de paz", afirmou Margalit, um membro do partido esquerdista Meretz, de oposição, sobre o projeto, que certamente causará condenação por parte de palestinos e da comunidade internacional. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, denunciou na semana passada a demolição de um hotel abandonado no leste de Jerusalém para a construção de 20 casas para judeus em um projeto de assentamento. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu publicamente dizendo que os judeus têm o direito de morar em qualquer região da cidade. Os palestinos querem que o leste de Jerusalém, incorporado por Israel junto com a Cisjordânia, seja a capital do país que pretendem estabelecer. Os israelenses consideram toda Jerusalém como sua capital, uma reivindicação não reconhecida internacionalmente. Um comunicado emitido pela prefeitura de Jerusalém informou que ela é obrigada por lei a discutir o plano para a construção das 1.400 habitações, que foi pedido por empresários privados. A proposta ainda teria que ser aprovada pelo Ministério do Interior israelense, caso passe na Câmara dos Vereadores. "Não vejo razão para não autorizar o plano", afirmou à Reuters Elisha Peleg, membro da comissão de planejamento de Jerusalém. "É ilegítimo que governos estrangeiros interfiram nos assuntos internos da prefeitura de Jerusalém, e nós rejeitamos isso." Cerca de 500 mil israelenses vivem atualmente na Cisjordânia e no leste de Jerusalém, assim como 2,7 milhões de palestinos. Cerca de 40 mil judeus moram em Gilo. A Corte Internacional disse que os assentamentos que Israel construiu na terra ocupada são ilegais. Os palestinos afirmam que os enclaves podem impedi-los de formar um Estado viável. Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino, disse que mais assentamentos poderiam representar "mais obstruções" no processo de paz.

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