Ataques atribuídos à Al-Qaeda deixam mais de 100 mortos no Iraque

Explosões e tiroteio tiveram como alvo postos de segurança do Exército e da Polícia e fábrica têxtil

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BAGDÁ - Uma onda de ataques ao longo do dia promovida por homens ligados à Al-Qaeda contra mercados, uma fábrica têxtil, postos policiais e outros locais deixaram ao menos 100 mortos nesta segunda-feira, 10, no Iraque.

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Os ataques em locais diversos como Bagdá e cidades ao sul, norte e oeste da capital pareciam ter como objetivo mostrar aos iraquianos que os insurgentes islâmicos sunitas ainda são uma força potente, mesmo depois das derrotas das últimas semanas nos campos de batalha.

"Apesar dos fortes golpes que desmantelaram a Al-Qaeda, há algumas células ainda em atividade, tentando provar sua existência e sua influência", disse o porta-voz da segurança de Bagdá, general-de-divisão Qassim al-Moussawi, chamando os ataques de "histéricos."

Os agressores exploraram a confusão política que se seguiu à eleição de 7 de março, que não resultou em nenhum franco vencedor e jogou um bloco inter-sectário apoiado pela minoria sunita contra duas grandes coalizões lideradas por xiitas.

Dois meses depois, os resultados ainda não foram certificados depois de uma eleição a qual os iraquianos esperavam que proporcionaria uma governança estável, enquanto as tropas norte-americanas preparam-se para a retirada mais de sete anos depois da derrubada do ditador sunita Saddam Hussein.

No incidente mais violento de segunda-feira, suicidas em dois carros-bomba dirigiram até a entrada de uma fábrica têxtil no momento em que trabalhadores estavam encerrando um turno na cidade de Hilla, 60 quilômetros a sul de Bagdá, informou um escritório regional do centro nacional de mídia.

Uma terceira bomba explodiu quando policiais e médicos já estavam no local, levando o total de mortes para 45 e deixando 190 feridos, informaram funcionários de hospitais e policiais.

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"Isso parece uma grande campanha promovida pelos terroristas, não apenas em Hilla", disse o governador da província de Babil, Salman al-Zarqani. Os ataques foram uma reação aos esforços das facções xiitas de formar um governo de coalizão após a eleição de 7 de março, disse ele.

Na cidade produtora de petróleo Basra, no sul do país, três carros-bombas mataram 21 pessoas e deixaram mais de 70 feridos, disse uma fonte policial. A produção de petróleo, cuja maior parte vem dos campos de fora da cidade, não foi afetada.

Mais cedo, um homem-bomba vestindo uma roupa carregada de explosivas e um outro dirigindo um carro mataram 13 pessoas e feriram 40 numa praça de mercado de Al-Suwayra, 50 quilômetros a sudeste de Bagdá, disse Majid Askar, autoridade do conselho da província de Wasit.

No alvorecer em Bagdá, homens armados equipados com silenciadores mataram ao menos sete soldados e policiais iraquianos em ataques a seis postos de verificação policial, enquanto bombas colocadas em outros três feriram várias pessoas, disse uma fonte do Ministério do Interior.

Uma série de outros ataques na província ocidental de Anbar, na cidade instável de Mosul, ao norte, e nas cercanias de Bagdá e em outros pontos levaram o total de mortes da segunda-feira para ao menos 102, com 350 feridos.

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