07 de agosto de 2009 | 20h58
A polícia disse que 140 pessoas ficaram feridas no atentado suicida, que é parte de uma série nas últimas semanas contra concentrações de xiitas. O governador provincial Atheel Al Nujaifi disse que 37 pessoas morreram no ataque e 276 ficaram feridas.
Há uma semana, explosões nos arredores de mesquitas xiitas em Bagdá mataram 31 pessoas. A responsabilidade costuma ser atribuída a militantes sunitas como os da Al Qaeda, que consideram os xiitas hereges.
"Eu estava em casa quando essa explosão aconteceu. Corri para a mesquita para procurar meu pai entre as ruínas. Encontrei-o gravemente ferido e o levei para o hospital, mas ele morreu", disse Khalil Qasim, 19 anos, chorando.
As autoridades de Mosul pediram à população que doe sangue, e solicitaram veículos da construção civil para a remoção dos destroços que estão sobre as vítimas do ataque, na localidade de Shreikhan, habitada majoritariamente por turcomenos xiitas, um pouco ao norte da cidade de Mosul, onde há explosões e tiroteios quase diários.
A violência diminuiu no Iraque nos últimos 18 meses, mas os insurgentes conseguiram se refugiar em áreas montanhosas em torno de Mosul, 390 quilômetros ao norte de Bagdá, e exploram divisões existentes entre árabes e curdos na região.
A disputa na província de Nineveh, da qual Mosul é a capital, ameaça inflamar a tensão que em longo prazo poderiam ameaçar a estabilidade de longo prazo do Iraque.
"Há partidos que buscam criar o caos dentro de Mosul arrastando o Iraque para a luta sectária", disse Nujaifi.
Também em Mosul, três policiais foram assassinados em dois diferentes locais.
Em Bagdá, as bombas explodiram em calçadas à passagem de micro-ônibus que levavam xiitas de volta de uma peregrinação na véspera.
Duas explosões ocorreram separadamente na favela xiita de Sadr City; a terceira ocorreu na zona leste, deixando, segundo fontes hospitalares, um total de 6 mortos e 24 feridos.
Mais tarde, possivelmente numa retaliação pelos ataques anteriores, uma bomba deixada em uma moto matou seis pessoas e feriu 35 em um bairro sunita da zona oeste.
Vários incidentes graves nas últimas semanas geram dúvidas sobre a capacidade das forças locais para assumirem sozinhas a segurança depois da retirada norte-americana dos centros urbanos, em junho.
Na quinta-feira, no entanto, uma peregrinação que atraiu centenas de milhares de xiitas a Kerbala transcorreu pacificamente, assim como já ocorrera em um grande evento religioso de julho.
A celebração de Kerbala marca o aniversário do imã Mohammed Al Mehdi, que desapareceu há séculos e, na crença xiita, irá voltar para trazer a paz à Terra.
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