Um atirador deixou três pessoas feridas durante um ataque nos escritórios de campanha do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad nesta sexta-feira, 29, um dia depois de uma explosão em uma mesquita xiita que matou 25 pessoas na mesma cidade, informou a agência de notícias oficial. Os ataques aconteceram em Zahedan, capital de uma província localizada próximo ao Paquistão e Afeganistão que tem sido ameaçada pelo Jundallah, um grupo militante que diz lutar pelos direitos da minoria sunita e que acredita-se que tenha ligações com a Al-Qaeda.
O Irã acusou nesta sexta-feira os Estados Unidos e Israel pelo atentado a bomba na mesquita, afirmando que os dois países tentam provocar tensões sectárias com a minoria sunita. O governo iraniano tem acusado repetidamente os Estados Unidos e outros países ocidentais de apoiar militantes e grupos de oposição no país, acusações que foram negadas.
A acusação pode ter como objetivo mascarar questões sectárias reais entre sunitas e a maioria xiita. "Eu anuncio que aqueles que cometeram o atentado não são nem xiitas nem sunitas. Eles são norte-americanos e israelenses" que querem provocar conflitos sectários no país, disse o ministro iraniano do Interior, Sadeq Mahsouli, no site do Ministério.
Jalal Sayyah, um alto funcionário de segurança de Zahedan, disse que 145 pessoas ficaram feridas no atentado e que três suspeitos foram detidos. "A contratação de terroristas pelos Estados Unidos foi verificada com base em investigações", disse Sayyah à Associated Press. Sayyah não disse se os terroristas pertenciam a um grupo específico.
Em 2007 o Jundallah, ou brigada de Deus, matou 11 membros da Guarda Revolucionária em Zahedan. O Irã acusou três homens que teriam ligações com os Estados Unidos pela realização de um ataque semelhante contra uma mesquita xiita no sudeste, em abril de 2008.
O atentado na cidade de Shiraz, localizada a 885 quilômetros ao sul de Teerã, matou 14 pessoas. No mês passado, o Irã enforcou os três homens, que segundo o tribunal eram integrantes de um pequeno grupo monarquista que queria depor o governo islâmico do país.