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Autoridade Palestina expulsa TV Al-Jazeera após denúncia

Canal veiculou entrevista em que líder palestino acusa Abbas de envolvimento em plano para matar Arafat

Por Reuters e Efe
Atualização:

A Autoridade Palestina baniu as operações da TV Al-Jazira em seu território nesta quarta-feira, 15, e disse que tomaria medidas legais contra a emissora por ter veiculado acusações contra o presidente Mahmoud Abbas. O Ministério da Informação disse em um comunicado que o canal, com sede no Catar, propagou calúnias e incitou os telespectadores contra as autoridades que administram a Cisjordânia ocupada por Israel.

 

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O ministério disse que eram falsas as acusações exibidas na Al-Jazira na terça-feira e atribuídas a Farouq al-Qadoumi, uma importante figura do partido Fatah, de Abbas. O canal citou Qadoumi dizendo que Abbas conspirou com Israel para matar seu antecessor, Yasser Arafat, em 2003. Arafat morreu em um hospital de Paris em novembro de 2004 de uma doença não revelada.

 

Em nota, o Ministério da Informação informa que o trabalho da emissora catariana na Cisjordânia ficará temporariamente suspenso, até que a Justiça se pronuncie. "As atividades da Al Jazira foram suspensas porque ela dedica um amplo espaço de sua cobertura à incitação contra a ANP e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP)", destaca o comunicado.

 

Os islâmicos do Hamas, que controlam a Faixa de Gaza, disseram que o fechamento dos escritórios da Al Jazira são uma "clara tentativa de esconder a realidade, sobretudo a verdadeira situação na Cisjordânia". "Fechar o escritório da Al Jazira é uma clara restrição à liberdade de expressão e de informação. É uma tentativa de esconder os fatos, principalmente os crimes que as autoridades de Ramallah praticam contra seu povo e sua plena cooperação" com os israelenses, disse Ismail Raduan, um dos líderes do movimento. Em nota, o Hamas classificou as acusações de Qadumi de um alerta para que "o Fatah retorne à sua estratégia de resistência, em vez de se deixar guiar por Israel e EUA".

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