Pelo menos 19 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas pela explosão de um caminhão-bomba em um povoado curdo no norte do Iraque nesta quinta-feira, 10, no que parece ser o último caso de ataques étnicos na região. Fontes disseram que as tropas de segurança conseguiram impedir a explosão outro caminhão-bomba, matando o motorista, também no povoado de Wardek.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo atentado, mas ele traz as marcas da Al-Qaeda no Iraque e de outros insurgentes sunitas que permanecem ativos na região de Mossul. A explosão aconteceu antes do amanhecer, quando os muçulmanos costumam fazer a refeição que precede o jejum diário do mês do Ramadã. Segundo as fontes, entre as vítimas há mulheres e crianças.
Forças de segurança locais dispararam contra o motorista, quando ele se recusou a parar, mas ele ainda conseguiu detonar o artefato. Um segundo suicida foi morto antes que conseguisse detonar os explosivos em outros caminhão.
Testemunhas disseram que a explosão foi tão poderosa que destruiu várias casas. Pessoas que habitavam essas casas estão desaparecidas e o número de vítimas pode ser maior. A segurança está a cargo de uma milícia curda, a "Asayish", apesar da área não fazer parte das três províncias do Curdistão iraquiano.
Wardek se encontra a cerca de 40 quilômetros de Mossul, alvo de frequentes atentados terroristas. Trata-se de um povoado de agricultores habitado majoritariamente por curdos, embora a província na qual se encontra, Ninawa, é de maioria sunita. Militares americanos apontam que insurgentes tentam provocar um conflito entre árabes e curdos na região.
Os curdos do Iraque são acusados frequentemente de expansionismo e suas forças de segurança tendem a estender seu mandato além das fronteiras oficiais do Curdistão iraquiano, o que dá margem a disputas entre curdos e árabes. Os curdos reivindicam para si a área de Wardek, assim como a cidade petrolífera de Kirkuk, a cerca de 250 quilômetros ao norte de Bagdá.
Atentados
Fontes policiais informaram que outro atentado ocorreu nesta quinta-feira em um mercado popular de Mahmudiya, 30 quilômetros ao sul de Bagdá. Duas pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas.
Além disso, na província de Diyala, ao nordeste de Bagdá, um suicida detonou um explosivo quando passava a comitiva de Ahmed Karkushi, presidente do Conselho Municipal da população de Sadiya, a 60 quilômetros ao norte de Bagdá. A bomba causou ferimentos a oito pessoas, incluindo quatro guarda-costas de Karkushi, que saiu ileso.
Os novos atentados acontecem em meio a um aumento das medidas de segurança no Iraque após os ataques do último dia 19 de agosto, que causaram a morte de 87 pessoas e mais de mil feridos em Bagdá.
Esses ataques foram atribuídos a uma organização vinculada à Al Qaeda, embora o Governo de Bagdá acredite também que estão implicados partidários do regime de Saddam Hussein. Medidas de segurança foram reforçadas para evitar novos atentados.