Campanha eleitoral no Iraque começa em meio a polêmica

Mais de 170 candidaturas foram impugnadas - boa parte por ligação com partido Baath, de Saddam Hussein

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Por BBC Brasil
Atualização:

A campanha para as eleições parlamentares de 7 de março no Iraque começou oficialmente nesta sexta-feira, 12, em meio a uma polêmica causada pela impugnação de mais de 170 candidatos. Boa parte dos impugnados entrou com um recurso na Justiça após o anúncio de que não poderiam concorrer às eleições por supostas ligações com o Baath, partido do antigo líder Saddam Hussein que foi colocado na ilegalidade. Grupos sunitas interpretaram a impugnação como uma tentativa da maioria xiita do país de colocá-los à margem do processo político. Embora a lista de candidatos impugnados inclua integrantes de diversos grupos, os sunitas reclamam que um número desproporcional é de sua comunidade. A lista original de candidaturas impugnadas tinha cerca de 500 nomes, mas o número foi reduzido para pouco mais de 170. A maior parte dos candidatos impugnados apelou a um painel de juizes para reverter a proibição, mas outros decidiram não recorrer ou foram substituídos por seus partidos. Preocupação americana Ali al-Lami, chefe da comissão que veta ou aprova os candidatos, disse na quinta-feira que o painel de juizes havia deferido 13 apelações e rejeitado pelo menos 99 até aquele momento. O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou que os EUA temem que o Iraque possa descambar de novo para a violência sectária se o pleito não tiver credibilidade entre os eleitores sunitas.  Os EUA se preparam para retirar um grande número de soldados do Iraque em meados do ano. Há mais de 100 mil soldados americanos em território iraquiano. A eleição foi adiada em quase dois meses por causa da polêmica em torno da impugnação de candidatos. Os partidos xiitas insistem que o Baath tem que ser expurgado e manifestam temores sobre o que consideram uma interferência americana no processo eleitoral. O partido Baath adota uma forma secular de nacionalismo árabe - a ideologia defendida por Saddam Hussein quando ele chegou ao poder. Apesar de serem minoria no Iraque, os muçulmanos sunitas tinham uma posição dominante durante o governo de Saddam, mas - desde a queda do regime - reclamam que estão sendo marginalizados.

 

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