O ex-presidente iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani, rival do presidente Mahmoud Ahmadinejad e aliado do reformista Mir Houssein Mousavi, pediu neste domingo, 28, um exame justo das denúncias de fraudes feitas pela oposição sobre a eleição do último dia 12. Rafsanjani é presidente da Assembleia dos Especialistas, órgão de clérigos xiitas que tem o poder de nomear ou destituir o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.
Em seus primeiros comentários após as tumultuadas eleições, Rafsanjani disse que o resultado da votação foi uma conspiração organizada por elementos suspeitos que visam dividir o povo e o sistema islâmico no Irã. "Quando o povo se dá conta dessas tentativas essas tramas são frustradas", disse o ex-presidente, segundo a agência oficial Irna.Veja também: TV Estadão: Editor do 'Estado' Eduardo Barella fala sobre a crise
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Tudo o que foi publicado sobre a crise eleitoral no Irã Analistas consideram Rafsanjani um mediador para o impasse político criado após a reeleição de Ahmadinejad. A vitória do presidente conservador detonou uma série de protestos de ruas no país que deixaram ao menos 20 mortos, de acordo com números do governo.
Rafsanjani ainda elogiou a decisão do aiatolá Khamenei de estender por cinco dias o prazo para o Conselho dos Guardiães, órgão responsável por validar as eleições, receber queixas sobre possíveis fraudes.
"Foi uma decisão valiosa do líder supremo que deve atrair a confiança das pessoas sobre o processo. Espero que os envolvidos façam uma revisão justa das alegações".
O conselho ofereceu recontar 10% dos votos, mas não viu maiores fraudes na votação, vencida por Ahmadinejad por 62% contra 32% de Mousavi.