O ex-primeiro ministro Iyad Allawi ultrapassou pela primeira vez nesta terça-feira, 16, o atual premiê Nuri al-Maliki nos resultados das fragmentadas eleições de 7 de março do Iraque, que poderão levar a um perigoso vácuo de poder.
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A coalizão Iraqiya tem cerca de 9.000 votos a mais do que o Estado de Direito, bloco de Maliki. 79% dos 12 milhões de votos já foram apurados.
Ambos os blocos podem se aliar com a Aliança Nacional Iraquiana (INA), uma grande coalizão xiita formada por aliados estratégicos de Maliki, que está em terceiro lugar nos resultados.
A nova informação é uma reviravolta nos resultados divulgados até agora, que mostravam Maliki na liderança. O novo resultado foi divulgado no dia em que dois ataques a bomba na cidade de Mussayab, a 60 km de Bagdá, mataram oito pessoas.
As bombas foram detonadas minutos depois de outros dois explosivos terem sido conectados a carros, denunciando a vulnerabilidade do Iraque enquanto enfrenta uma possível mudança política e tropas americanas preparam-se para se retirarem do país.
Os ataques, que ocorreram um dia depois de um carro-bomba ter matado sete pessoas na província ocidental de Anbar, geraram dúvidas sobre se a frágil segurança iraquiana irá suportar os incidentes durante as apurações dos resultados, o que não será feito em um curto prazo.
Maliki, representante do grupo xiita, ainda está na frente em sete das 18 províncias iraquianas, mas perde em áreas sunitas do país, o que evidencia a polarização do Iraque após anos de guerras seculares.
Allawi, um xiita secular cujo partido está agora à frente em cinco províncias, conseguiu o apoio de minorias sunitas com o discurso de que irá recuperar a influência que o grupo perdeu após a queda de Saddam Hussein, em 2003.