Colonos judeus rejeitam proposta de Obama contra assentamentos

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Por ORI LEWIS
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Líderes dos colonos judeus rejeitaram na terça-feira a proposta do presidente dos EUA, Barack Obama, para que Israel suspenda a ampliação dos assentamentos na Cisjordânia ocupada, e disseram que os palestinos "precisam suspender o terrorismo antes". Dani Dayan, presidente do Conselho Yesha, que reúne colonos da Cisjordânia, disse estar confiante de que o apoio da opinião pública israelense irá permitir que os colonos continuem vivendo na região. "O eleitorado israelense estabeleceu uma linha clara para este governo (...). Temos forte apoio no novo Knesset (Parlamento), e as coisas que ouvimos entre os políticos certamente nos encorajam de que o Knesset vai permanecer do nosso lado (caso o premiê Benjamin Netanyahu suspenda as ampliações)", disse Dayan à Reuters. Durante a visita de segunda-feira de Netanyahu à Casa Branca, Obama lembrou que o "mapa da paz", plano norte-americano de 2003 para a região, prevê um compromisso de Israel com o fim de obras na Cisjordânia. "As palavras de Obama foram factualmente incorretas", disse Dayan. "Ele se baseou no mapa da paz, mas (o plano) não impõe a Israel que suspenda a construção na Judeia e Samaria (Cisjordânia), porque os palestinos não cumprem seu compromisso, que vem antes, de parar o terror." Cerca de 500 mil judeus vivem em mais de cem assentamentos construídos em territórios capturados por Israel na guerra de 1967, em meio a quase 3 milhões de palestinos. Os EUA e a União Europeia consideram que os assentamentos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental violam o direito internacional e prejudicam a perspectiva de paz. Analistas locais disseram na terça-feira que, apesar da pressão de Obama, Netanyahu terá de evitar conflitos com seus parceiros de coalizão, a maioria dos quais são partidos direitistas alinhados com os colonos. O colunista Nahum Barnea disse no jornal Yedioth Ahronoth que Netanyahu poderia alegar impotência de Israel para conter a atividade nos assentamentos. Obama voltou a manifestar na segunda-feira um forte apoio à criação do Estado palestino, algo com que Netanyahu ainda não se comprometeu. "Começamos sobre a retomada de negociações sérias a respeito das questões de Israel e dos palestinos", disse Obama, acrescentando que é do interesse de ambos "obter uma solução com dois Estados".

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