Com Abbas, Obama pressiona Israel para frear assentamentos

Em reunião com líder palestino, presidente americano exige que Estado Judeu remova empecilho para acordo

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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse no final da tarde desta quinta-feira, 28, que Israel precisa parar a expansão dos seus assentamentos na Cisjordânia como parte de um amplo acordo para a paz no Oriente Médio. Obama afirmou que os palestinos, por sua vez, também precisam fazer sua parte, ao garantir a segurança na Cisjordânia e reduzir o sentimento anti-israelense nas escolas e mesquitas.O chefe de Estado americano falou no Salão Oval da Casa Branca, ao lado do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, após os dois líderes terem uma reunião privada e depois de outro encontro de ambos com delegações dos dois países. Os líderes se encontraram um dia após Israel rejeitar ospedidos dos EUA para congelar a construção de novos assentamentos judaicos na Cisjordânia.Obama disse que não estabelecerá um prazo "artificial" para a criação de um Estado Paletino, mas ressaltou que mais tempo não pode ser desperdiçado. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse na quarta-feira querer que as construções nos assentamentos sejam interrompidas, inclusive seu "crescimento natural". Israel insiste que necessita seguir erguendo residências, para abarcaro aumento das famílias que já vivem nesses locais.O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, respondeu que "é preciso permitir que a vida normal nessas comunidades continue". Regev confirmou que isso significa que algumas obras continuarão, nos assentamentos já existentes. O novo governo norte-americano tem sido mais explícito em suascríticas contra a política de assentamentos de Israel do que o de George W. Bush. Apesar disso, Regev indicou que o destino dos assentamentos já existentes deve ser decidido apenas em negociações de paz entre israelenses e palestinos.Os EUA e boa parte do mundo consideram os assentamentos um obstáculo para a paz, pois foram construídos em territórios que os palestinos querem como parte de um futuro Estado palestino.Mais de 280 mil colonos judeus vivem entre mais de 2 milhões de palestinos na Cisjordânia. Regev afirmou que Israel havia se comprometido a não construir novos assentamentos e a derrubar os não autorizados na Cisjordânia.

 

FATAH

 

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"Não pretendemos dar conselhos ao presidente Obama, mas ele certamente sabe o que pode fazer para exercer pressão sobre o governo israelense", afirmou o governador do distrito de Belém e um dos principais líderes do grupo palestino Fatah, Salah Tamari, informou a BBC Brasil.

 

"Esperamos que Obama entenda o alto custo desses assentamentos para os interesses americanos no Oriente Médio, e que é chegado o momento de interromper a construção", acrescentou. "O governo americano sabe exatamente o que deve fazer se quer ganhar credibilidade não só junto aos palestinos, mas também do mundo árabe e islâmico". "Esperamos que o novo presidente americano seja firme e justo", concluiu.

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