Comandantes dos EUA pretendem reduzir contingente em 2008

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Por ANDREW GRAY
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O comando militar norte-americano pretende manter o contingente atual de cerca de 160 mil soldados no Iraque até o ano que vem, e então começar a reduzi-lo, disse na sexta-feira o tenente-general do Exército Ray Odierno. Segundo ele, a situação no Iraque em termos de segurança melhorou nos últimos meses, em consequência do reforço nas tropas determinado pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, mas a melhora ainda não é uma tendência definitiva. Muita coisa vai depender da capacidade dos iraquianos de aproveitar esses avanços, disse ele. Odierno, principal comandante norte-americano para as operações cotidianas no Iraque, disse que as unidades extras mobilizadas no reforço vão deixar o país entre abril e agosto de 2008, para honrar a promessa de que o serviço não duraria mais que um ano e três meses. "O reforço, todos sabemos, vai terminar em algum momento de 2008", disse Odierno a repórteres no Pentágono por videoconferência desde o Iraque. Ele disse que os comandantes terão de decidir então se substituem ou não as unidades. "Por enquanto nosso plano é não substituí-las", disse. A decisão final, porém, ficará a cargo do general David Petraeus, o principal comandante dos EUA no Iraque, disse Odierno. Petraeus deve entregar ao Congresso norte-americano, junto com o embaixador Ryan Crocker, no mês que vem, um esperado relatório sobre a situação iraquiana. Os democratas, que controlam o Congresso dos EUA, pressionam Bush para começar a retirar os soldados do Iraque. Segundo Odierno, o número total de ataques no Iraque está em seu nível mais baixo desde agosto de 2006, e os assassinatos de civis caíram 51 por cento desde o início da operação especial em Bagdá, este ano. "Estamos na direção certa", disse ele. Ele repetiu o tom das declarações oficiais dos EUA de que as operações militares não são suficientes para acabar com a discórdia no Iraque, afirmando que o governo local tem de aprovar medidas que incentivem a reconciliação entre sunitas, xiitas e curdos. "Estamos criando as condições, dando tempo ao governo do Iraque (...), sem entregar a eles coisa demais rápido demais."

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