
09 de setembro de 2011 | 11h25
NORTE DE BANI WALID - Combates acirrados foram registrados nos arredores dos dois principais bastiões dos partidários de Muamar Kadafi na Líbia nesta sexta-feira, 9, enquanto combatentes leais ao líder foragido lançavam foguetes contra forças do governo provisório que se aproximavam das cidades.
Veja também: OPINE: Onde se esconde Kadafi?
ESPECIAL: Quatro décadas de ditadura na Líbia
ARQUIVO: ‘Os líbios deveriam chorar’, dizia Kadafi
Salvas de foguetes Grad estavam sendo disparadas contra posições do Conselho de Transição Nacional no norte de Bani Walid e no leste da cidade-natal de Kadafi, Sirte, disseram testemunhas à Reuters.
Ambulâncias vinham e iam da linha de frente nos arredores de Bani Walid, transportando os feridos. Os combatentes do governo transitório pegaram dezenas de caixas de lança-granadas e morteiros e correram para o front.
As autoridades do governo provisório a 30 km da cidade, no deserto, disseram que haviam capturado combatentes de Kadafi no front. Testemunhas da Reuters viram vários homens com as mãos amarradas sendo levados e dois corpos retirados da linha de frente na traseira de uma caminhonete. Comandantes do governo provisório disseram que eles eram combatentes pró-Kadafi.
Fumaça subia da linha de frente - agora a apenas 5 km da cidade, que fica a 150 km da capital, Trípoli - enquanto a luta continuava e os aviões da OTAN sobrevoavam a região, monitorando a batalha.
Em Teassain, 90 km a leste de Sirte, testemunhas da Reuters viram pesadas trocas de fogo entre forças do governo provisório e combatentes pró-Kadafi que ainda controlavam a cidade. As forças do governo provisório foram vistas levando a artilharia para Sirte.
Civis encurralados
Embora os combates desta sexta-feira tenham sido os mais pesados dos últimos dias - e as forças do governo provisório encontrassem forte resistência conforme avançavam - os comandantes não disseram que essas foram as lutas decisivas para ganhar o controle das cidades.
Bani Walid e Sirte, que ficam na costa central mediterrânea da Líbia, receberam um ultimato até sábado para negociar sua rendição ao governo provisório - embora alguns ultimatos anteriores tenham sido prorrogados.
Mas o primeiro-ministro interino, Mahmoud Jibril, falando da capital Trípoli na quinta-feira pela primeira vez desde que as forças do governo provisório tomaram a cidade, em 23 de agosto, disse que suas forças iriam lutar se fossem atacadas.
A cidade de Sabha também não foi tomada pelo governo provisório.
A maior parte da população nestas três cidades está encurralada pelos partidários de Kadafi que se recusam a deixá-los sair, disseram os poucos moradores que partiram.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.