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Comitê da ONU se divide sobre adesão do Estado palestino

Impasse no Conselho de Segurança ameaça reconhecimento almejado pela Autoridade Palestina

Atualização:

NOVA YORK - Um comitê do Conselho de Segurança encarregado de avaliar o pedido palestino de adesão a Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira, 11, que não chegou a um acordo sobre o assunto, segundo o embaixador português na entidade.

 

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Diplomatas dizem que os palestinos têm atualmente o apoio de 8 dos 15 países, um a menos do que o necessário para aprovar a moção. Nesse cenário, caso o tema seja levado a votação no Conselho, os Estados Unidos não precisariam usar seu poder de veto, conforme já haviam ameaçado. Caberá aos palestinos a decisão de levar ou não o tema a votação formal. Um relatório que detalha esse impasse foi aprovado pelos integrantes do comitê e será remetido ao Conselho de Segurança propriamente dito. "O Conselho vai receber o relatório e vai discutir qualquer futura iniciativa", disse o diplomata português José Filipe Moraes Cabral, que preside o Conselho neste mês. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, solicitou em 23 de setembro a adesão plena do Estado palestino à ONU. Os Estados Unidos e Israel dizem que o reconhecimento palestino só deve ocorrer após a conclusão de um processo de paz no Oriente Médio.

 

O enviado palestino à ONU, Riyad Mansour, disse, porém, que a Autoridade Palestina (AP) já admite que o reconhecimento de seu Estado não deve ocorrer com as atuais negociações.

 

"Sabemos que temos forte apoio no CS e dois terços na Assembleia-Geral (AG). Infelizmente, segundo relatório da comissão de admissão, um poderoso país disse que, mesmo se tivermos 14 votos, usaria o poder de veto neste momento", afirmou o diplomata palestino ao se referir aos Estados Unidos.

 

Atualmente, a Palestina tem o status de entidade observadora. Para ser membro pleno, um Estado precisa da aprovação de nove dos 15 membros do conselho, sem nenhum veto, e dois terços dos 193 integrantes da ONU. Uma segunda alternativa, proposta pela França aos palestinos, é buscar o reconhecimento como Estado observador. Neste caso, basta ter maioria simples na Assembleia-Geral.

 

Em um sinal de que esta deve ser opção, Mansour afirmou que "todos os países europeus disseram que nos apoiariam na Assembleia-Geral caso busquemos esta alternativa".

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