20 de julho de 2010 | 14h09
CABUL - Uma conferência internacional endossou nesta terça-feira um prazo defendido pelo presidente afegão, Hamid Karzai, que estabelece 2014 como limite para que as forças do país assumam o controle sobre a segurança em todo o Afeganistão.
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"A comunidade internacional expressa seu apoio ao plano do presidente do Afeganistão de que as forças nacionais de segurança devam liderar e conduzir operações militares até o final de 2014", diz o comunicado final da conferência sobre o Afeganistão, realizada na capital do país, Cabul.
A reunião, considerada uma das mais importantes desde o início da invasão do Afeganistão, em 2001, teve a presença de representantes de 70 países.
Participaram da conferência, entre outros, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Ajuda
Uma comissão deve avaliar quais das 34 províncias estão prontas para que as forças afegãs assumam o controle da segurança já a partir do ano que vem.
Mas, segundo analistas, como os insurgentes ainda controlam várias áreas do Afeganistão, a meta de Karzai pode ser ambiciosa demais.
Os participantes da conferência também concordaram em aumentar o volume da ajuda internacional ao país entregue diretamente ao governo afegão de 20% para 50%, apesar de Karzai ter pedido uma porcentagem maior.
Falando aos delegados internacionais, Karzai admitiu que o Afeganistão ainda não chegou a um estágio de boa governança, acrescentando que seus aliados enfrentam "um inimigo comum cruel".
Os Estados Unidos e seus aliados querem garantias de Karzai de que ele vai combater a corrupção e promover uma boa administração pública.
Taleban
Falando depois do presidente afegão, Hillary Clinton afirmou que os Estados Unidos vão acelerar o processo de devolver o controle da segurança aos policiais e militares afegãos a partir de julho de 2011.
"A data de julho de 2011 captura tanto nosso senso de urgência como a firmeza de nossa decisão", afirmou. "O processo de transição é muito importante para ser adiado indefinidamente (...) Mas esta data é o início de uma nova fase, não o fim de nosso envolvimento."
Segundo Hillary, ao compromisso militar americano no Afeganistão corresponderá o que ela chamou de um movimento civil sem precedentes para o desenvolvimento econômico.
Na segunda-feira, ela havia advertido Cabul contra tentativas de firmar um acordo de paz com o Talebã, a Al-Qaeda e outros grupos militantes que os Estados Unidos consideram irreconciliáveis.
O Talebã insiste que vai continuar lutando até que todas as forças estrangeiras deixem o país.
Nesta terça-feira, dois civis americanos que treinavam militares no Afeganistão foram mortos por um soldado afegão na cidade de Mazar-e-Sharif, no norte do país.
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