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Conferência dos EUA está fadada ao fracasso, diz líder do Hamas

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Uma conferência internacional patrocinada pelos EUA a respeito da paz entre palestinos e israelenses está fadada ao fracasso, porque só servirá aos interesses israelenses, disse o líder do Hamas Khaled Meshaal, em entrevista transmitida na segunda-feira pela CNN. Para ele, a reunião de novembro será "controlada e dirigida por Condoleezza Rice (secretária de Estado dos EUA)", e nem Israel nem os EUA levam a sério a perspectiva de paz. "Não há dúvida de que o resultado vai se inclinar pelos melhores interesses de Israel, porque (o primeiro-ministro israelense Ehud) Olmert é o lado mais forte nas negociações", disse Meshaal, que vive exilado em Damasco, segundo a tradução da CNN sobre suas declarações em árabe. "Todas essas razões vão levar a um fracasso", disse Meshaal, envenenado em 1997 por agentes israelenses na Jordânia, mas salvo graças a um antídoto enviado pelo próprio governo israelense, depois da prisão dos envenenadores pela Jordânia. O Hamas, um grupo islâmico que desde junho controla sozinho a Faixa de Gaza, rejeita os apelos ocidentais para que reconheça Israel, renuncie à violência e aceite acordos de paz pré-existentes. A carta de fundação do Hamas, de 1988, prega a destruição do Estado judeu. Seus líderes, porém, oferecem uma trégua de longo prazo a Israel em troca da criação de um Estado palestino viável na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. "O governo norte-americano está combatendo o Hamas e trabalhando para isolá-lo", disse Meshaal na entrevista, que, segundo a CNN, ocorreu num vigiadíssimo esconderijo do grupo em Damasco. Mas o dirigente afirmou que os EUA, que dão apoio ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, da facção rival Fatah, vão acabar percebendo que é preciso lidar com o Hamas para que haja paz. "Só quero dizer a eles que tomem um atalho e não desperdicem seus esforços", disse ele, admitindo que dificilmente os EUA vão convidar o Hamas para a conferência. Meshaal defendeu que a comunidade internacional lide com "a realidade da arena palestina" --uma aparente referência à grande influência do Hamas-- e leve o Oriente Médio a uma "paz genuína", na qual "pare a cachoeira de sangue".

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