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Conflitos voltam a Teerã e Ahmadinejad minimiza protestos

Manifestantes pró-candidato reformista atiram pedras na polícia; presidente os compara a torcida de futebol

Por Reuters , AP e BBC Brasil
Atualização:

O presidente reeleito do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse neste domingo, 14, que os protestos contra sua reeleição são irrelevantes  e que o pleito de sexta-feira  não pode ser questionado. Em sua primeira entrevista coletiva após a vitória, contestada pelo opositor Mir Hussein Mousavi, o presidente acusou a mídia ocidental de fazer uma 'guerra psicológica' contra o país.  Em Teerã, confrontos entre partidários de Mousavi e a polícia voltaram a acontecer, após a prisão de ao menos 60 reformistas.

 

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Ahmadinejad disse ainda que é natural que quem perdeu a eleição esteja descontente, mas a atuação dos oficiais eleitorais, apontados pelo seu governo, foi correta. "Não há nada de importante nestes protestos", disse o presidente iraniano, que ainda comparou o descontentamento dos reformistas com um jogo de futebol. Segundo Ahmadinejad, é normal a torcida do time que perde se irritar.

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especial Especial: As armas e ambições das potências nucleares Novos choques entre a polícia e manifestantes pró-Mousavi tomaram as ruas de Teerã neste domingo. Partidários do reformistas se reuniram no centro da cidade e atiraram pedras contra a polícia. No site Twitter, oposicionistas combinam uma manifestação para a praça Vali-Asr, mas a campanha de Mousavi pede que ninguém vá, para evitar novos confrontos.PrisõesNo sábado, protestos irromperam pela capital. Manifestantes pró-Mousavi entraram em confronto com a polícia. Ao menos 60 pessoas, segundo a polícia, foram detidas. Mas de acordo com fontes da oposição, o número total de presos pode chegar a 100. Entre elas estão lideranças reformistas, como o ex-vice-ministro de Assuntos Exteriores Abdula Ramezamzadeh, e o diretor-geral da plataforma reformista "Frente de Participação", Mohsen Mirdamadi. Também está detido o irmão do ex-presidente Mohammed Khatami, Mohammed Reza Khatami. O paradeiro de Mousavi é desconhecido. Alguns meios de imprensa locais e estrangeiros afirmam que o candidato está detido em seu domicílio, o que não pôde ser confirmado. CensuraSegundo o correspondente da BBC em Teerã Jon leyne, após um clima de calma no início da manhã, há relatos de novos enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes nos arredores do prédio da Irna e no subúrbio de Islamshah. A polícia ergueu barreiras de concreto para impedir o acesso a algumas áreas do centro da cidade. Há relatos de que muitos iranianos estejam demonstrando sua revolta e frustração com a reeleição do presidente Ahmadinejad por meio de mensagens publicadas no site de relacionamentos Twitter, um dos poucos a permanecer acessível.As autoridades iranianas teriam bloqueado o acesso a sites como Facebook e YouTube, numa tentativa de calar as vozes da oposição. Linhas de celular também teriam sido cortadas para impedir que manifestantes se comuniquem. Eleição contestadaO presidente teve 62% dos votos contra 33% de Mousavi, segundo dados da comissão eleitoral. O comparecimento na eleição foi de mais de 80%. Na primeira eleição de Ahmadinejad, na qual ele venceu com 65% dos votos, o comparecimento foi de 48%. Segundo a comissão eleitoral, Mousavi teria perdido até em seu próprio distrito, apesar do enorme número de seguidores que atraiu durante a campanha. Segundo analistas, sempre que o conmparecimento nas eleições iranianas é alto, os reformistas costumam ser favorecidos. Espera-se que Ahmadinejad faça um comício hoje na capital do país para celebrar sua vitória.

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