Credibilidade da comunidade internacional está em jogo, diz Obama

Presidente dos EUA afirmou que 'linha vermelha' na Síria foi estabelecida por nações, não por ele

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Por Cláudia Trevisan e correspondente em Washington
Atualização:

(Atualizada às 13h)

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WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quarta-feira, 4, que a credibilidade da comunidade internacional está em jogo com a necessidade de responder ao ataque químico na Síria. "A minha credibilidade não está em jogo. A credibilidade da comunidade internacional está em jogo."

"A questão é quão crível é a comunidade internacional quando ela diz que uma norma internacional tem de ser observada. A questão é quão crível é o Congresso, quando ele aprova um tratado dizendo que temos que proibir o uso de armas químicas", ressaltou o presidente americano.

Obama busca apoio internacional e dos congressistas dos EUA para uma ação militar contra o regime do presidente sírio, Bashar Assad. O presidente americano afirmou ainda que não foi ele quem estabeleceu uma "linha vermelha" para uma ação contra a Síria no caso do uso de armas químicas, mas sim a comunidade internacional ao condenar o uso desse armamento.

Segundo Obama, uma resposta militar não deve resolver a guerra civil na Síria, mas uma ofensiva é necessária para mandar uma mensagem clara. "Estou falando de uma ação limitada, em tempo e escopo, com o objetivo específico de afetar a capacidade (de Assad) e evitar que essas armas sejam usadas de novo."

Confiança. Obama está confiante na aprovação da intervenção pelo Congresso. "A América também reconhece que se a comunidade internacional falhar em manter certas normas, padrões, leis que regulam como os países interagem e como as pessoas devem ser tratadas, ao longo do tempo este mundo ficará menos seguro."

Alguns congressistas, incluindo o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, indicaram que vão apoiar o plano de Washington. Após se reunir com Obama na terça-feira, Boehner classificou como "ato bárbaro" o suposto uso de gás sarin pelo governo de Assad no ataque de 21 de agosto, que deixou 1.429 mortos. "O uso destas armas deve ter uma resposta e só os EUA têm capacidade de parar Assad", afirmou Boehner.Rússia. Obama disse que EUA e Rússia continuarão a ter interesses comuns e buscarão ações conjuntas quando isso ocorrer. Mas reconheceu que seu relacionamento com o presidente Vladimir Putin, "bateu no muro", em razão das divergências de ambos sobre a Síria, tendo em vista que a Rússia é o principal aliado de Assad.A tensão entre os dois presidentes levou Obama a adiar por um dia sua chegada à Rússia para a reunião do G-20, que começa quinta-feira em São Petersburgo. Para evitar um encontro com Putin antes da reunião, Obama decidiu visitar a Suécia no caminho para a Rússia./ Com AP e REUTERS

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