Crise palestina se agravará se não houver ajuda maior, diz Bird

Autoridade Palestina depende da ajuda externa para cobrir o déficit estimado em US$ 1,1 bilhão

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Por JIHAN ABDALLA
Atualização:

RAMALLAH, CISJORDÂNIA - A economia palestina está diante de um possível agravamento de sua crise, a menos que aumente o apoio externo e que Israel diminua as restrições ao comércio, disse o Banco Mundial nesta quinta-feira, 15. A Autoridade Palestina (AP), que tem o apoio do Ocidente, depende da ajuda externa para cobrir o déficit do orçamento de 2012, estimado em US$ 1,1 bilhão. A maior parte dos países doadores, porém, não cumpriu suas promessas.

 

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Em um relatório lançado antes de uma reunião sobre a ajuda aos palestinos em Bruxelas na semana que vem, o Banco Mundial informou que a Autoridade Palestina recebeu apenas metade dos fundos de que necessita. Mariam Sherman, diretora do Banco Mundial para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, exortou os países doadores a cumprir suas promessas para tentar estabilizar a economia palestina no curto prazo. O relatório informou que a desaceleração do crescimento da Cisjordânia ocupada pelos israelenses, onde os palestinos têm autonomia limitada, "pode ser atribuída ao apoio menor dos doadores combinado à incerteza causada pela crise fiscal da Autoridade Palestina, assim como à não redução significativa das restrições israelenses". A fim de ajudar a reduzir o déficit e aumentar a receita, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, aprovou no mês passado um aumento nos índices do imposto de renda. O Banco Mundial, porém, disse que a economia ainda deve piorar em 2012. Revitalização

 

Indicado pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, em 2007, Fayyad é considerado responsável pela revitalização da economia da Cisjordânia. Mas o Banco Mundial prevê que o crescimento do PIB do território deva cair dos 5,8 por cento do ano passado para 5 por cento este ano. O PIB per capita dos territórios palestinos é de US$ 1,5 mil por ano. A população ultrapassa pouco mais de 4 milhões de habitantes. "Há muita energia e possibilidades de recurso no setor privado palestino, que é o caminho no longo prazo para sair da crise rumo ao crescimento econômico sustentável", disse Sherman. O relatório indicou potencial de crescimento no setor privado em áreas como construção civil, agricultura, habitação e turismo.

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