HERÓIS
Os peshmerga entraram em Kobani em mais de uma dúzia de picapes e jipes na sexta-feira passada vindos da Turquia, comemorando e fazendo sinais de vitória.
Eles foram acolhidos como heróis pelos curdos turcos e por refugiados curdos sírios, revoltados com a recusa de Ancara de enviar suas próprias tropas e otimistas com a perspectiva de ver os peshmerga virarem o jogo.
O Governo Regional do Curdistão, que administra uma região semi-autônoma no norte do Iraque, deixou claro desde o início que seus cerca de 150 combatentes peshmerga não iriam se envolver em combates diretos em Kobani, mas fornecer apoio de artilharia aos curdos sírios.
“Claro que a presença dos peshmerga tem sido útil, porque estão bombardeando posições do Estado Islâmico, destruindo seus combatentes e suas armas”, declarou Idris Nassan, uma autoridade de Kobani, por telefone.
“Por causa do bombardeio dos peshmerga detivemos o avanço do Estado Islâmico nas áreas rurais do oeste, assim como nos frontes do leste e do sudeste da cidade”, disse ele à Reuters.
Segundo ele, também houve um bom trabalho de equipe entre as unidades curdas e o Exército Livre da Síria, grupo de rebeldes moderados.
“O Estado Islâmico traz novos combatentes e suprimentos o tempo todo, então precisamos de combatentes e suprimentos também”, afirmou Nassan, acrescentando que os sunitas tomaram nove tanques em um ataque ao campo de gás de Sha'ar, no centro do país, que estão levando para Kobani.
“Precisamos de mais coordenação com as forças da coalizão e mais armamento pesado, especificamente armas anti-tanque e outras armas para compensar seus canhões, foguetes e morteiros”.
(Reportagem adicional de Alexander Dziadosz em Beirute)