A decisão de Washington de começar a retirar os soldados do Afeganistão em meados de 2011 está errada e o presidente dos Estados Unidos deveria deixar claro que qualquer redução dependerá das condições, disse o senador norte-americano John McCain na quarta-feira. Os ganhos eleitorais dos republicanos no Congresso dos EUA na semana passada suscitaram questionamentos sobre uma possível revisão da contestada política do presidente Barack Obama de começar a retirada em julho de 2011. A guerra no Afeganistão já dura nove anos. O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, sugeriu no domingo na Austrália que o compasso da retirada talvez só seja definido pouco antes de seu início. "Está errado marcar a data para julho de 2011; isso envia uma mensagem errada e cria um problema", disse McCain numa entrevista coletiva em meio a uma viagem de congressistas ao Afeganistão. "Precisamos que o presidente dos Estados Unidos diga claramente que isso ocorrerá somente dependendo de certas condições." Obama ordenou o envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão em dezembro na tentativa de reverter os rumos da guerra, mas disse que começaria a retirar as tropas a partir de meados de 2011, à medida que a responsabilidade sobre a segurança de algumas áreas fosse transferida aos afegãos. McCain, que foi o rival de Obama nas eleições de 2008 para presidente, afirmou estar muito satisfeito com o progresso militar no Afeganistão nos últimos seis meses e que as operações de varredura só foram possíveis por causa das tropas adicionais. O estabelecimento de uma data em 2011 apenas encoraja os militantes, afirmou ele. "Eu me preocupo muito com o efeito disso, não só aqui; isso estimula nossos amigos e desestimula nossos amigos." A violência no Afeganistão atingiu a sua pior fase desde que o Taliban foi derrubado pelas forças afegãs apoiadas pelos EUA no fim de 2001, com um número recorde de vítimas em todos os lados do conflito.