Desenho de bomba de Netanyahu foi feito para criar impacto

Assessor próximo do premiê israelense disse que, apesar de piadas, gráfico obteve atenção, como o país queria

PUBLICIDADE

Por JEFFREY HELLER
Atualização:

NOVA YORK - A "bomba de Bibi" nasceu após dias de discussões entre o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e assessores próximos sobre como causar um impacto em mais um discurso sobre o programa nuclear do Irã. "A figura tornou a fala dele especial", disse uma autoridade do entorno de Netanyahu nesta sexta-feira, 28, ao comentar o desenho de um explosivo mostrado pelo líder israelense na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

 

O recurso foi usado por Netanyahu, chamado em Israel de "Bibi", para ilustrar o que considera ser a iniciativa do Irã para obter a bomba atômica. Segundo a autoridade ouvida pela Reuters, o gráfico obteve o que Israel queria: atenção. Mas foi zombado no Facebook e no Twitter, onde a revista New Yorker chegou a citar o desenho do Papa-Léguas e do Coiote.

 

Educação nos EUA

 

A analogia com o cartum da Looney Tunes não seria totalmente fora de propósito, uma vez que Netanyahu foi educado nos Estados Unidos e ao menos um de seus assessores próximos nasceu naquele país e imigrou para Israel. No palco mundial da Assembleia-Geral da ONU, porém, Netanyahu lançou mão de um canetão e traçou uma linha vermelha logo abaixo de onde se lia "estágio final" da bomba, estágio no qual o Irã teria percorrido 90 por cento do caminho ao ter material suficiente com gradação para armas.

 

"Tentei dizer algo ontem (quinta-feira) que eu acho que agora reverbera ao redor do mundo", afirmou Netanyahu em uma reunião na sexta-feira com o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper.

Publicidade

 

O Irã nega as acusações feitas por Israel - país que, acredita-se, é a única potência nuclear do Oriente Médio - de que está enriquecendo urânio para fabricar uma bomba.

 

Pai da bomba

 

E então quem foi o pai da "bomba de Bibi"? A autoridade israelense não disse. "Ele tem um pequeno grupo de assessores próximos", afirmou, apenas. "Em reuniões diferentes, as pessoas lançam uma série de ideias. Por fim, o primeiro-ministro toma a decisão de quais ideias vai aceitar".

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.