
09 de março de 2010 | 08h15
Israelenses e palestinos estão em um "momento de grande oportunidade" de estabelecer a paz após retomar as negociações mediadas pelos EUA, disse nesta terça-feira, 9, o vice-presidente americano, Joe Biden, durante sua visita a Israel.
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O anúncio das negociações indiretas, feito na segunda-feira, acabou com uma paralisação de mais de 14 meses no diálogo e marcou o primeiro trunfo do governo de Barack Obama no Oriente Médio. Mas os novos esforços pela paz devem trazer novos desafios, como divisões dentro dos governos palestino e israelense.
"Creio que estamos um momento de grande oportunidade, e acho que os interesses dos povos israelense e palestino, se pararmos para pensar, são mais comum do que opostos", disse Biden em reunião com o presidente israelense, Shimon Peres. O vice americano, que classificou as relações entre os EUA e Israel como "inabaláveis", disse esperar que o começo das negociações será um "veículo que será usado para transpor a desconfiança que foi construída nos últimos anos".
As pesquisas mostram que os israelenses acham Obama menos próximo do país do que outros presidentes americanos e a visita de Biden visaria a melhora dessas relações. O vice americano também ofereceu seguranças de que os EUA permanecem comprometidos com o bem-estar de Israel, dizendo que "não há espaço entre os países quando se trata de segurança". O Estado judeu tem pressionado os EUA e outras potências pela imposição de novas sanções contra o Irã por conta do programa nuclear desse país. A questão iraniana, aliás, deve fazer parte da agenda de Biden com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se encontrarão mais tarde.
Obama começou seu mandato pressionando Israel a congelar a construção de assentamentos no território ocupado da Palestina na guerra de 1967 sob o argumento de que as casas ocupariam espaço na terra reivindicada pelos palestinos para um futuro Estado. Netanyahu paralisou apenas parcialmente a expansão, e frequentemente o governo anuncia a construção de novas casas e apartamentos.
A questão dos assentamentos é essencial para o processo de paz na região. Os palestinos haviam dito que só retornariam às negociações se houvesse o congelamento total da expansão dos assentamentos. Mesmo com a paralisação parcial, os árabes decidiram voltar ao diálogo indireto, mas ainda reivindicam, por exemplo, Jerusalém Ocidental como capital de seu futuro Estado.
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