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Diplomatas concordam em intensificar pressão sobre o Irã

Por ROBERTO LANDUCCI E PHILI
Atualização:

Diplomatas de Estados Unidos, União Europeia e outros aliados concordaram nesta terça-feira em intensificar a pressão para que o Irã retome as negociações envolvendo seu programa nuclear, segundo uma fonte diplomática italiana. Diplomatas de um "grupo de nações com mentalidades afins" se reuniram em Roma, na Itália, para discutir novas sanções contra o Irã, o que pode incluir um embargo petrolífero da União Europeia. "Os participantes repetiram a necessidade de que o Irã cumpra as resoluções das Nações Unidas e da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, um órgão da ONU), e pediram ao país que satisfaça as exigências da comunidade internacional por esclarecimentos imediatos a respeito do seu programa nuclear", afirmou a fonte. Os Estados Unidos e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega, insistindo que sua intenção é apenas gerar eletricidade para fins pacíficos. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas já impôs quatro rodadas de sanções ao país devido à sua recusa em abandonar atividades estratégicas, e no mês passado um relatório da AIEA sugeriu que o programa nuclear iraniano continua tendo uma dimensão militar, o que poderia justificar novas sanções. A reunião de Roma, promovida pela chancelaria italiana, ocorreu a portas fechadas. Os participantes foram países que já impuseram sanções unilaterais ao Irã além das punições previstas pela ONU - um grupo informal que se reúne há dois anos, e que inclui EUA, União Europeia e várias nações da Europa, Austrália, Japão, Coreia do Sul, entre outros. Não está claro se todos eles participaram da reunião, mas os EUA certamente enviaram representante. Os chanceleres da UE devem discutir na sua próxima reunião, em janeiro, a possibilidade de imporem sanções às exportações petrolíferas iranianas. Os EUA já proíbem a importação de petróleo do Irã, e na semana passada o Congresso aprovou restrições a negócios envolvendo o Banco Central persa. Em Viena, um enviado iraniano disse que seu governo convidou representantes da agência para visitarem Teerã e discutirem questões relacionadas ao programa nuclear. Visitas anteriores desse tipo não foram capazes de encerrar a polêmica, e diplomatas ocidentais acusam o Irã de tentar ganhar tempo ao fazer esses convites. (Reportagem adicional de Fredrik Dahl, em Viena)

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