PUBLICIDADE

Diretor de agência da ONU chega ao Irã para negociação nuclear

Por FREDRIK DAHL E MARCUS GEORGE
Atualização:

A principal autoridade nuclear da ONU iniciou nesta segunda-feira uma rara série de reuniões com o Irã, depois de manifestar otimismo quanto à possibilidade de investigar suspeitas de pesquisas com armas atômicas na República Islâmica. Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), chegou a Teerã de madrugada (hora local), e pela manhã se reuniu com Fereydoun Abbasi-Davani, presidente da organização local de energia nuclear. Essa é a primeira viagem de Amano ao Irã desde que ele assumiu a AIEA, em 2009, período marcado por uma crescente tensão entre a agência e Teerã. O japonês também tem encontros nesta segunda-feira com o negociador-chefe de questões nucleares do Irã, Saeed Jalili, e com o chanceler Ali Akbar Salehi. "Realmente acho que é a hora certa para alcançarmos um acordo. Nada é certeza, mas continuo otimista", disse Amano antes de deixar Viena, onde fica a sede da AIEA. Ele acrescentou que já houve "bons progressos" em reuniões ocorridas nos últimos dias na capital austríaca. O fato de Amano ir a Teerã gerou nos círculos diplomáticos a sensação de que em breve haverá um acordo que permitirá a inspeção de instalações iranianas sob suspeita -- o que Teerã poderia permitir para afastar o risco de uma guerra e aliviar o peso das sanções internacionais. Poucos acreditam, no entanto, que isso será suficiente para fazer o Ocidente desistir tão cedo das sanções. Representantes do Irã discutirão o tema na quarta-feira com seis potências mundiais em Bagdá. Os EUA e seus aliados acusam o Irã de desenvolver armas nucleares clandestinamente, algo que Teerã nega, alegando que suas atividades se destinam apenas à geração de energia para fins pacíficos. Há quatro anos, no entanto, o Irã dificulta o acesso de monitores da AIEA às suas instalações. Washington e Israel não descartam uma ação militar para conter o programa nuclear iraniano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.