
13 de março de 2009 | 11h32
Nas conversações que estão ocorrendo no Cairo, mediadas pelo Egito, o movimento Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, vem insistindo que o grupo islâmico rival Hamas precisa "aceitar e executar" os acordos de paz existentes assinados com Israel, mas o Hamas se recusa a assumir tal compromisso.
O Hamas propôs o emprego do termo "respeitar" em lugar de "aceitar e executar", mas isso não satisfaz os Estados Unidos, Israel e o Ocidente, que querem que o grupo islâmico endosse acordos pacíficos com Israel.
Os acordos e compromissos com Israel foram assinados pela Organização de Libertação da Palestina (OLP), atualmente chefiada por Abbas.
O grupo islâmico Hamas, que venceu uma eleição parlamentar três anos atrás, controla a Faixa de Gaza, que tomou numa guerra civil curta e sangrenta em 2007 com a Autoridade Palestina, de Abbas, que domina a Cisjordânia ocupada.
Israel, os EUA e países ocidentais se negam a reconhecer o controle do Hamas sobre a Faixa de Gaza. Israel, que impôs um bloqueio ao território costeiro, exige o fim do governo do Hamas como condição prévia para afrouxar suas restrições.
A disputa entre Fatah e Hamas foi um dos pontos que suscitou uma intervenção do chefe de inteligência egípcio, Omar Suleiman, que se reuniu com líderes dos dois grupos na quinta-feira para tentar reduzir as diferenças.
Em 2007 o Fatah e o Hamas formaram um governo de unidade que teve vida curta e cuja plataforma previa o "respeito" pelos compromissos fechados anteriormente pela OLP. Mas isso não foi suficiente para levar ao fim do embargo internacional ao território costeiro.
O Hamas, cuja carta fundadora pede a destruição de Israel, já anunciou que pode aceitar a criação de um Estado palestino nas terras capturadas por Israel na guerra de 1967, mas rejeitou a possibilidade de reconhecer Israel formalmente.
Outros obstáculo que, segundo o Hamas, vem "lançando sombra" sobre o trabalho dos cinco comitês formados para tentar chegar a um acordo é a detenção de centenas de partidários do Hamas por serviços de segurança do Fatah na Cisjordânia.
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