
22 de janeiro de 2014 | 19h17
O grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, uma ramificação da Al Qaeda que também está na linha de frente da guerra civil na Síria, invadiu Falluja com o apoio de outras organizações muçulmanas sunitas em 1 de janeiro.
Soldados e forças de segurança iraquianos estabeleceram um cordão ao redor da cidade, situada 50 quilômetros a oeste de Bagdá, e vêm entrando em confrontos esporádicos com os insurgentes que estão do lado de dentro.
Maliki disse, no entanto, que líderes comunitários e membros de tribos deveriam forçar o Estado Islâmico do Iraque e do Levante a sair, para assim poupar a cidade de mais derramamento de sangue e destruição.
"Chegou a hora de resolver essa questão e encerrar a presença dessa gangue nessa cidade, e salvar seu povo desse mal", afirmou Maliki em seu pronunciamento semanal televisionado para a nação.
Três horas depois, helicópteros articulados bombardearam distritos do norte e leste de Falluja, segundo moradores. Não ficou claro se era o prelúdio de uma ação militar mais ampla. Helicópteros já agiram em outras ocasiões na periferia da cidade.
Na terça-feira, ataques da força aérea iraquiana mataram mais de 50 militantes de várias nacionalidades árabes e destruíram grande quantidade de munição na província ocidental de Anbar, disse um comunicado do Ministério da Defesa. O órgão não informou com precisão onde ocorreram as incursões contra as "reuniões de grupos terroristas".
Maliki novamente pediu ao povo de Falluja que "assuma posições cruciais ante a presença daquelas pessoas sujas, sem perdas e sem sacrifícios", mas ele não fixou nenhum prazo-limite.
"Aqueles criminosos estão procurando desencadear uma luta sectária e provocar a divisão do Iraque", disse ele.
Maliki disputará a eleição parlamentar de 30 de abril num momento em que a violência no Iraque está em seu pior nível desde o auge das matanças entre sunitas e xiitas, em 2006-2007.
Seus críticos dizem que as políticas dele aprofundaram os ressentimentos entre a minoria sunita, levando alguns a apoiar o grupo ligado à Al Qaeda, que também vem explorando a guerra na Síria para se fortalecer no Iraque.
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