PUBLICIDADE

Eleição afegã terá Karzai como único candidato, diz autoridade

Membro da oposição, Abdullah Abdullah retira candidatura por considerar que eleição não será transparente

Atualização:

O segundo turno das eleições presidenciais afegãs serão realizadas no próximo fim de semana com o presidente Hamid Kazai como candidato único a reeleição. A situação veio à tona neste domingo, 1, após seu rival, Abdullah Abdullah, ter anunciado a retirada de sua candidatura em um discurso emocionado, endereçado a seus aiados políticos.

 

PUBLICIDADE

"Baseado nas leis eleitorais e na Constituição, haverá um segundo turno. A Constituição é clara", disse à Reuters a autoridade-chefe eleitoral da Comissão Eleitoral Independente Daoud Ali Najafi, nomeado pelo governo.

 

O oposicionista decidiu sair da disputa porque as medidas que havia exigido a fim de evitar fraude na votação não foram adotadas. Ele não chegou, no entanto, a convocar um boicote às urnas. "Não participarei da eleição de 7 de novembro", disse Abdullah Abdullah a correligionários, porque "uma eleição transparente não é possível". Ao contrário do que um assessor havia dito no sábado, 31, o candidato não fez um pedido por boicote. "Não estou pedindo isso", disse ele, em resposta a uma pergunta direta sobre o assunto.

 

Veja também:

linkSaída de Abdullah não afeta estratégia, dizem EUA

linkHillary diz que cabe ao Afeganistão decidir processo eleitoral

 

Abdullah não fez menção de ter aceitado um cargo num possível futuro governo de unidade nacional com o presidente Hamid Karzai, que segundo os Estados Unidos e parceiros internacionais acreditam ser a melhor opção para o país enfrentar a revolta do Taleban.

Publicidade

 

Mais cedo, o porta-voz da campanha de Karzai, Waheed Omar, disse que é "muito desagradável" que Abdullah tenha decidido não concorrer, mas que o segundo turno deve prosseguir sem ele. "Acreditamos que a eleição deve prosseguir, o processo tem de se completar, o povo do Afeganistão tem de ter o direito de votar", disse Omar.

 

Em um discurso emocionado, Abdullah disse que não acredita que uma eleição livre e justa seja possível sem mudanças no comando da comissão eleitoral, que administrou um primeiro turno marcado por fraudes, em 20 de agosto.  

 

EUA reconhecerão resultado

 

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, afirmou neste domingo que cabe às autoridades afegãs decidir o próximo passo no processo da eleição. "As autoridades afegãs devem encontrar uma maneira de concluir esse processo eleitoral em linha com a Constituição afegã", disse Clinton em um comunicado enviado por email enquanto ela viaja ao Marrocos. "Daremos apoio ao próximo presidente e ao povo do Afeganistão, que busca e merece um futuro melhor". Hillary também pediu que Abdullah "permaneça envolvido" e trabalhe pela paz no Afeganistão.

 

Texto atualizado às 17h30

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.