
08 de março de 2010 | 18h34
Em sua primeira visita ao Afeganistão desde que a Casa Branca ordenou o envio de 30 mil soldados adicionais, que começaram a chegar em dezembro, Gates disse que as forças da Otan obtiveram avanços recentemente, inclusive na sua ofensiva para assumir o controle de Marjah, reduto do Taliban.
"Ainda há muitos combates pela frente, e haverá com certeza alguns dias negros. Mas olhando para frente há espaço para otimismo", disse ele a jornalistas ao lado do presidente Hamid Karzai.
Horas após o desembarque de Gates, homens armados atacaram na cidade de Khost, perto da fronteira com o Paquistão, no sudeste. Um repórter da Reuters ouviu uma explosão e tiros, e viu fumaça na direção do centro da cidade.
Equipado com granadas e um rifle, um dos militantes suicidas conseguiu entrar em um edifício público abandonado e abriu fogo contra tropas dos EUA e do Afeganistão que estavam em uma delegacia vizinha, segundo um agente policial.
"Houve algumas baixas entre os soldados dos EUA que foram resgatados por ar por um helicóptero", disse o policial Samkeen Ahmad à Reuters, perto do local do ataque.
De acordo com ele, quatro policiais afegãos ficaram feridos. Um porta-voz das forças da Otan disse que cinco estrangeiros se feriram em duas explosões, mas que ninguém morreu. Esse porta-voz acrescentou que os dois militantes se explodiram dentro dos prédios.
O Taliban tem cada vez mais usado essa tática de invasão armada de prédios públicos em cidades do sul e leste do país, inclusive Cabul.
Antes de desembarcar, Gates recomendou que ninguém procure pistas demais em "pedaços de boas notícias" vindas de ambos os lados da fronteira afegã-paquistanesa. Ele afirmou que ainda é cedo para dizer se a maré no conflito de oito anos finalmente virou em favor dos EUA e seus aliados.
"Não acho que devamos avançar demais em ler muito nestes fatos específicos e positivos", disse ele a jornalistas. "Os primeiros sinais são encorajadores. Mas temo que as pessoas fiquem impacientes demais e achem que as coisas estão melhores do que na verdade. Ainda há tempos difíceis pela frente.
Controlar as expectativas é essencial para que Washington e seus aliados mantenham o apoio à guerra, apesar das baixas e custos. Obama diz que as forças dos EUA começarão a deixar o Afeganistão em julho de 2011, mas as autoridades salientam que um papel militar será mantido.
(Reportagem adicional de Ilyas Wahdat em Khost e Peter Graff e Sayed Salahuddin em Cabul)
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