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Entidade ocidental diz que 34 foram mortos nos protestos no Irã

Atualização:

Um grupo ocidental de defesa dos direitos humanos disse nesta quarta-feira que pelo menos 34 pessoas foram mortas no dia 20 de junho durante protestos contra a eleição presidencial do Irã, cerca de três vezes o número divulgado pelas autoridades locais. A TV estatal iraniana informou que 10 pessoas foram mortas nesse dia e mais de 100 ficaram feridas em demonstrações contra o resultado oficial da eleição, na qual o presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad foi reeleito por esmagadora maioria de votos. O protesto foi realizado contrariando a exigência do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de que partidários do candidato derrotado Mirhossein Mousavi ficassem fora das ruas depois de uma semana de manifestações basicamente pacíficas. A entidade Campanha Internacional pelos Direitos Humanos no Irã afirmou que corpos de 34 manifestantes foram levados para os necrotérios de três hospitais de Teerã no dia 20 de junho. "O Hospital Imã Khomeini recebeu 19 corpos, o Hospital Rasool Akram, oito corpos e o Hospital Loghman, sete corpos", diz a entidade em um comunicado. "A informação foi obtida por funcionários da área médica com acesso aos arquivos dos necrotérios desses hospitais." O texto diz que outros hospitais localizados perto da área dos protestos podem ter recebido corpos de manifestantes mortos ou feridos. A mídia estatal iraniana diz que pelo menos 20 pessoas foram mortas, no total, nos protestos pós-eleitorais. Mas a iraniana Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz, declarou na semana passada que o número de mortos chega a 100. Muitas pessoas que se acredita estejam presas podem também estar mortas, diz a entidade em um comunicado nesta quarta-feira. Do lado de fora da prisão de Evin, em Teerã, muita gente se reúne todos os dias para tentar descobrir se os seus parentes, desaparecidos desde a eleição, estão ali dentro, ou mortos. "Eles só esperam e esperam por horas. Mães choram e algumas vezes gritam 'Deus é Grande'", disse uma testemunha, que mora perto do presídio onde os presos políticos são mantidos. O Irã acusou a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, países que criticaram a repressão aos protestos da oposição, de interferirem em seus assuntos internos. Os governos britânico e norte-americano rejeitaram a acusação.

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