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EUA dizem ainda acreditar em acordo nuclear com Irã

'Sobre a mesa' desde outubro, a proposta ainda não foi aderia pelo Teerã

Atualização:

Os Estados Unidos disseram na segunda-feira que ainda estão dispostos a discutirem um intercâmbio de material nuclear com o Irã, desde que Teerã dê passos largos para esclarecer preocupações internacionais a respeito do seu programa nuclear.

 

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P.J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que o acordo, proposto em outubro pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), continua sobre a mesa, embora Washington tenha poucas esperanças quanto à adesão de Teerã.

 

"Ainda estamos interessados em perseguir essa oferta se o Irã estiver interessado. Seria preciso uma atualização, porque ao longo dos últimos sete meses o Irã colocou suas centrífugas em operação, e supõe-se que tenha aumentado a quantidade de combustível à sua disposição", disse Crowley.

 

"Se o Irã quer perseguir isso, o que precisa fazer é na verdade indicar isso formalmente à AIEA. Isso é algo que o Irã nunca fez."

 

Governos ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, algo que a República Islâmica nega repetidamente. A AIEA gostaria que o Irã entregasse urânio baixamente enriquecido para em troca receber material enriquecimento para alimentar um reator de pesquisas médicas em Teerã. Isso dificultaria que o país enriquecesse urânio até o nível necessário para o uso em armas atômicas.

 

Uma fonte iraniana de alto escalão disse na segunda-feira que o Irã está pronto para começar a construir uma nova usina de enriquecimento de urânio. Já Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca, minimizou a notícia, dizendo que "a retórica do Irã e do seu programa nuclear nem sempre encontram a realidade daquilo de que eles são capazes".

 

Diante da relutância do Irã em aceitar o acordo, os EUA e seus aliados têm tentado mobilizar a comunidade internacional para aprovar uma quarta rodada de sanções da ONU ao país.

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A China reluta em aceitar sanções, mas participa da redação de uma nova resolução do Conselho de Segurança sobre o assunto. Turquia e Brasil, que têm assentos temporários no Conselho de Segurança, também defendem uma solução negociada para o impasse, e o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse neste mês que o acordo sobre a troca de combustível continuava sendo uma alternativa viável.

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