
10 de março de 2010 | 12h32
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, condenaram a decisão de Israel de construir mais casas em colônias da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental. Para ambos, que se encontraram nesta quarta-feira, 10, em Ramallah, o passo israelense compromete as negociações de paz indiretas mediadas pelos EUA. Países europeus e a ONU também se posicionaram contra a medida.
Veja também:
Ampliação de assentamentos gera crise durante visita de Biden
Biden condena plano de assentamentos
Durante visita de Biden, Israel anuncia mais assentamentos
Diálogo é 'grande oportunidade' para chegar à paz, dizem EUA
Em entrevista coletiva conjunta, Abbas afirmou que "essas práticas" e outras "medidas levadas a cabo por Israel na Cisjordânia e em Jerusalém minam as negociações indiretas" com o Estado judeu.
Após uma reunião de duas horas com o vice de Barack Obama, Abbas pediu a "Israel que suspenda as atividades nas colônias e pare de impor fatos consumados". "É hora de alcançarmos a paz baseada em uma solução de dois Estados", acrescentou.
O presidente da ANP ainda fez um apelo para que Israel "não perca a oportunidade de fazer a paz e dê uma chance aos esforços do presidente Obama e de seu enviado, George Mitchell".
Biden também condenou a decisão israelense de expandir suas colônias. Além de pedir que ambas as partes evitem "atos que possam inflamar os ânimos", ele assegurou que "não há alternativa à solução de dois Estados" e reiterou a determinação dos EUA em estabelecer "um Estado palestino viável".
Por sua vez, o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, disse na reunião que teve pela manhã com Biden, que a expansão das colônias judaicas é "um grande desplante aos esforços dos EUA para relançar o processo de paz".
Repercussão
O governo da Alemanha também se mostrou descontente com a medida anunciada por Israel e a classificou como inaceitável. "Todos os esforços políticos devem se concentrar agora na criação de condições globais idôneas, entre israelenses e palestinos, para que se resolvam as questões centrais no conflito", disse um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores.
O anúncio da construção dos imóveis é, "tanto em seu conteúdo como no momento em que foi feito", um sinal absolutamente inoportuno, acrescentou o funcionário, que ratificou o compromisso da Alemanha no alcance de uma solução pacífica para o conflito.
A França uniu-se às condenações e considerou a decisão "inoportuna" e "ilegal". "A França condenação o projeto anunciado pelo Ministério de Interior israelense para a construção de 1.600 casas em Jerusalém Oriental", declarou à imprensa um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores.
Neste momento, segundo o porta-voz, "é mais necessário que nunca estabelecer um clima de confiança" para que as partes possam alcançar seu objetivo, o da criação de um "Estado palestino viável, soberano, independente e democrático, que viva em paz ao lado de Israel com fronteiras seguras e reconhecidas". A decisão do Governo israelense de ampliar a colônia em território palestino "não contribui" para o alcance dessa meta, destacou o porta-voz.
Na terça-feira, dia em que a construção anunciada, a chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, também criticou o governo israelense. "Permitam-me que me una ao vice-presidente Biden na condenação à decisão.
No mesmo dia, a ONU também se manifestou e condenou a ampliação dos assentamentos.
"O secretário-geral Ban Ki-moon condena a aprovação dos planos para construir maus 1,600 casas em Jerusalém Oriental por parte do Ministério do Interior de Israel. Ele reitera que esses assentamentos são ilegais de acordo com a lei internacional", dizia o comunicado emitido pelo órgão.
O documento destacava ainda que Israel segue sem cumprir os termos do tratado de paz da entidade. "A atividade dos assentamentos é contrária às obrigações de Israel sobre o Mapa do Caminho e mina qualquer ação em direção ao processo de paz".
Encontrou algum erro? Entre em contato