O governo dos Estados Unidos anunciará nesta semana que os presos no Afeganistão terão direito a recorrer da prisão e chamar testemunhas para deporem em sua defesa, segundo publicaram neste domingo, 13, dois jornais americanos.
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As novas regras vão favorecer cerca de 600 prisioneiros da base militar de Bagram, ao norte de Cabul, que atualmente não têm acesso a advogados e nem sequer sabem o motivo pelo qual estão presos, divulgaram The Washington Post e The New York Times.
Ambos os jornais atribuem às informações a fontes governamentais anônimas e organizações de direitos humanos. Cada preso vai ter o apoio de militar - sem formação em Direito - que o ajudará a analisar as provas contra eles, inclusive as informações secretas, e fará a convocação de testemunhas indicadas pelos prisioneiros.
Uma junta militar vai analisar caso a caso e determinar se os detidos devem ser libertados, entregues às autoridades afegãs ou mantidos sob custódia americana.
O sistema é semelhante ao estabelecido pelo Governo de George W. Bush, sob pressão do Tribunal Supremo, para analisar os presos de Guantánamo, em Cuba.
As fontes do Washington Post afirmam que o sistema em Bagram será melhor, porque ao contrário do que ocorreu na ilha caribenha, no Afeganistão os presos terão a chance de encontrar testemunhas em seu favor.
Desde julho, os detidos em Bagram não recebem visitas da Cruz Vermelha e de suas famílias e se negam a fazer higiene íntima, em protesto por suas prisões por tempo indefinido, de acordo com os jornais.