Associated Press
WASHINGTON- Mesmo que o Irã esteja ampliando sua influência na América Latina, sua presença no continente não representa uma ameaça militar aos Estados Unidos, disseram nesta terça-feira, 27, altos militares americanos.
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Na semana passada, o Pentágono publicou um relatório de 12 páginas que identificou uma "presença crescente" da força de elite da Guarda Revolucionária iraniana - a Qods - na América Latina, particularmente na Venezuela.
Washington tem acusado Teerã, e em particular a Qods, de ajudar milícias como o Hezbollah e de desestabilizar o governo iraquiano.
O documento gerou temores de que o regime iraniano também tente enfrentar os Estados Unidos na América, e causou também críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez, que na segunda considerou a informação falsa. Chávez sugeriu que os EUA fizeram essas declarações como uma desculpa para atacar seu país.
O general da força aérea Douglas Frases, chefe do Comando Sul norte-americano, disse à imprensa nesta terça que ele, pessoalmente, não havia detectado um aumento na presença militar do Irã na região.
"É uma presença diplomática e comercial. Não se viram evidências de uma presença militar", reconheceu Fraser.
O militar, no entanto, negou que sua declaração contradiga o relatório do Pentágono. Ele explicou que percebe "uma presença crescente do Irã na América Latina", mas que não tem "todos os detalhes" a respeito.
Outros proeminentes funcionários de defesa dos Estados Unidos descreveram a presença militar na região como limitada e possivelmente encoberta nos vínculos comerciais e diplomáticos.
O secretário de Defesa, Robert Gates, disse no ano passado ao Congresso que o Irã estava "abrindo muitos escritórios e frentes, com o que interfere no que ocorre em alguns desses países" latinoamericanos.
No começo desse mês, durante uma viagem à América do Sul, Gates também minimizou qualquer ameaça militar que o Irã poderia representar na região.
"Não vi muitas evidências do Irã na América Latina, em termo de que o país tenha agentes ou representantes terroristas", disse Gates na ocasião.