EUA prometem vetar adesão palestina à ONU

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Por ARSHAD MOHAMMED
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Os Estados Unidos disseram explicitamente pela primeira vez, na quinta-feira, que irão vetar a candidatura palestina a uma vaga na ONU, causando uma imediata reação dos palestinos, que prometeram perseverar. "Os EUA se opõem a uma manobra em Nova York (sede da ONU) por parte dos palestinos para tentarem estabelecer um Estado que só pode ser obtido por meio de negociações", disse a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland a jornalistas. "Então, sim, se alguma coisa for a votação no Conselho de Segurança da ONU, os EUA vão vetar." A adesão plena da Palestina à ONU precisaria passar pelo Conselho de Segurança, onde os EUA têm poder de veto. Uma alternativa para os palestinos seria pleitear o status de "Estado não-membro" ,o que exigiria apenas a maioria simples entre os 193 países da Assembleia Geral. A proposta, qualquer que seja, será feita na reunião anual da Assembleia, que começa em 19 de setembro. Pedir a filiação à ONU é uma estratégia dos palestinos diante do impasse nas negociações com Israel para que um novo Estado árabe seja declarado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Há meses os EUA vêm manifestando sua contrariedade com a possibilidade de os palestinos levarem sua situação à ONU, mas as declarações da porta-voz são a primeira vez que a ameaça de veto é feita explicitamente. Em resposta, o porta-voz palestino Nabil Abu Rdainah divulgou nota dizendo: "Vamos às Nações Unidas para solicitar uma adesão plena para a Palestina a fim de proteger os direitos do nosso povo palestino e o conceito de uma solução com dois Estados (Palestina e Israel)." Na quarta-feira, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, David Hale, e o assessor presidencial norte-americano Dennis Ross se reuniram com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para tentar demovê-lo de levar o caso à Assembleia Geral da ONU. As negociações diretas entre palestinos e israelenses estão paralisadas há mais de um ano, com poucas perspectivas imediatas de serem retomadas. (Reportagem adicional de Ali Sawafta em Ramallah e Andrew Quinn em Washington)

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