EUA se dizem otimistas com conferência do Oriente Médio

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Por ARSHAD MOHAMMED
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Os Estados Unidos se disseram na segunda-feira otimistas com o resultado da conferência da semana que vem, destinada a retomar o processo de paz entre palestinos e israelenses, e com a perspectiva de ambas as partes assinarem um documento a ser apresentado no evento. O presidente George W. Bush será o anfitrião do encontro em Annapolis (Costa Leste dos EUA), na expectativa de deixar como legado de seu governo, que termina em janeiro de 2009, a retomada do processo de paz. "Estamos confiantes de que quando saiam os convites haverá uma reação positiva, que Annapolis servirá como ponto de partida para negociações entre os dois lados, e que haverá um documento bom, sólido, que seja aceito entre israelenses e palestinos", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, a jornalistas. A conferência propriamente dita está marcada para o dia 27, mas deve haver discussões em Washington na véspera e no dia seguinte. McCormack elogiou Israel pela decisão de libertar 441 presos palestinos e por reiterar a promessa de não construir novos assentamentos em territórios ocupados --algo, porém, que o porta-voz disse que os EUA ainda querem confirmar com Israel. "Não tivemos uma chance de conversar diretamente com o governo israelense sobre as decisões que aparentemente eles tomaram, a julgar pelo noticiário", disse McCormack. "Mas, se confirmadas as notícias, seriam passos importantes em antecipação à conferência de Annapolis, importantes medidas de construção de confiança", acrescentou. A conferência é a principal iniciativa do governo Bush para resolver um conflito que já dura seis décadas. Mas há enormes obstáculos, como a fraqueza política de Olmert e a divisão entre os palestinos --o grupo islâmico Hamas governa a Faixa de Gaza desde junho, enquanto a facção laica Fatah domina a Cisjordânia. Abbas deve participar da conferência de Annapolis, mas, por causa da oposição do Hamas, não se sabe se ele terá como levar a cabo um eventual acordo de paz. Os Estados Unidos ainda não anunciaram quem será convidado ao encontro, mas provavelmente haverá países árabes importantes, como Arábia Saudita e Síria, que não mantêm relações diplomáticas com Israel.

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