PUBLICIDADE

Europa pode começar proibição a petróleo iraniano em 1o de julho

Por JUSTYNA PAWLAK E JULIEN TOYER
Atualização:

A União Europeia pode proibir a importação de petróleo iraniano a partir de 1o de julho, dando aos países membros quase seis meses para encerrar contratos existentes, segundo proposta da Dinamarca, que ocupa a presidência rotativa da UE, disseram diplomatadas europeus nesta terça-feira. Governos da UE já concordaram, em princípio, impor uma proibição ao petróleo iraniano como parte dos esforços do Ocidente de avançar na pressão sobre Teerã por conta de seu programa nuclear. Detalhes sobre como e quando a proibição será imposta ainda estão sendo acertados e acompanhados de perto pelos mercados de petróleo. As propostas acordadas visam aliviar as preocupações entre alguns dos 27 países membros da UE sobre o impacto econômico de uma proibição ao petróleo do Irã em suas economias, que sofrem há dois anos pelos distúrbios relacionados a suas dívidas. A UE comprou cerca de um quinto do petróleo iraniano no ano passado, rivalizando com a China como na posição de principal comprador. Itália, Espanha e Grécia têm sido grandes consumidores, com o governo grego -afetado pela crise da dívida- dependendo de condições mais fáceis de crédito de Teerã para financiar suas compras. O embargo da UE acompanha as novas severas sanções dos EUA assinadas como lei pelo presidente Barack Obama na véspera do Ano Novo, que estão sendo implementadas gradualmente. Se fossem totalmente impostas, tornariam impossível para a maioria dos países pagar pelo petróleo iraniano. O esforço sem precedentes para tirar os 2,6 milhões de barris de petróleo iraniano por dia do mercado internacional tem mantido os preços globais em alta e ajudou a gerar uma forte queda da moeda iraniana e um aumento do custo de bens básicos para os iranianos. Os países ocidentais dizem que as sanções foram impostas para impedir que o Irã continue desenvolvendo armas nucleares. O país afirma que seu programa nuclear é pacífico. Sob as propostas dinamarquesas, os países da UE têm até o final de junho para cumprir os contratos existentes até que o embargo seja imposto, mas têm que cessar todas as importações até o começo de julho. Novos contratos não vão ser autorizados antes de julho. Os dinamarqueses apresentaram o acordo na noite de domingo em um esforço para superar as diferenças entre países como a França, que buscava apenas um período de carência de três meses, e a Grécia, que estava pedindo por 12 meses. Diplomatas europeus disseram que o objetivo é finalizar as discussões sobre os detalhes do embargo noa próxima reunião de ministros das Relações Exteriores da UE, em 23 de janeiro, abrindo caminho para sua introdução nos dias seguintes. "A presidência dinamarquesa fez a proposta de que o embargo completo comece em 1o de julho. Não há um acordo ainda", disse um diplomata da EU, em condição de anonimato. A Dinamarca detém o controle da presidência rotativa da UE de janeiro até o final de julho, um papel que tem a responsabilidade de organizar a agenda do bloco e presidir os debates políticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.