Ex-âncora de TV Yair Lapid é nomeado ministro das Finanças israelense

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Por TOVA COHEN E STEVEN SCHEER
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Um ex-âncora de televisão, cujo novo partido político foi a maior surpresa na eleição de janeiro em Israel, foi nomeado ministro das Finanças nesta sexta-feira, como parte de um acordo de coalizão, disse seu porta-voz. Yair Lapid, do partido centrista Yesh Atid (Partido Futuro), que defende questões rotineiras da classe média israelense, obteve 19 das 120 cadeiras do Parlamento, sendo o segundo mais votado depois da aliança Likud-Beiteinu, de direita, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que ganhou 31 cadeiras. Depois de quase seis semanas de negociações, o Yesh Atid concordou na quinta-feira em se unir a um governo liderado por Netanyahu. O acordo, e um pacto de coalizão separado com o partido Bayit Yehudi (Lar Judaico), foram assinados nesta sexta-feira. Lapid, que vai substituir Yuval Steinitz assim que um novo governo tomar posse, foi eleito com uma plataforma de amenizar as pressões financeiras sobre a classe média através da necessidade de dividir o fardo -- uma rejeição aos privilégios para os judeus ultraortodoxos. O novo ministro enfrenta um grande desafio fiscal na tentativa de reduzir um déficit orçamentário que atingiu 4,2 por cento do Produto Interno Bruto de 2012, o dobro de um alvo inicial de 2 por cento. Para atingir uma meta de déficit de 3 por cento do PIB em 2013, o governo vai precisar cortar 14 bilhões de shekels (3,8 bilhões de dólares) em gastos do Estado e aumentar impostos em cerca de 6 bilhões de shekels, de acordo com o banco central. Zach Herzog, chefe das vendas internacionais na Psagot Securities, disse que Lapid terá que provar aos mercados que pode administrar a política fiscal. "Do pouco que pode ser colhido de seus pontos de vista econômicos, ele estará bastante em linha com a política econômica de centro-direita", disse Herzog. "Ele fará cortes nos serviços sociais e benefícios infantis. É parte da plataforma dele". Apesar do conhecimento mínimo de economia, Lapid vai receber o benefício da dúvida dos investidores, pelo menos no início. "Segundo sua agenda, ele está no caminho de satisfazer os mercados", disse Eyal Klein, estrategista-chefe do IBI Investment House e ex-gestor de dívida externa do Ministério das Finanças.

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