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Exército de Israel agiu de forma proporcional em ataque a frota, diz general

Chefe dos militares diz que soldados só 'abriram fogo contra ativistas que agiram agressivamente'

Atualização:

JERUSALÉM - O chefe do Exército de Israel, o general Gaby Ashkenazi, afirmou nesta quarta-feira, 11, perante a comissão que investiga o ataque à frota humanitária que se destinava a Gaza que seus homens reagiram "de forma proporcional" à ameaça que enfrentavam, e que só dispararam "contra quem deveriam".

 

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"Hoje temos certeza de que quando o primeiro soldado desceu (do helicóptero), imediatamente foi alvo de disparos; os soldados então abriram fogo de forma justificada, só dispararam contra quem deveriam, e não o fizeram contra quem não atirou", declarou.

 

O militar relatou a sequência de eventos do último dia 31 de maio na abordagem à frota, que se dirigia a Gaza por águas internacionais para romper o bloqueio israelense à faixa palestina, e assegurou que suas tropas só usaram munição real contra os ativistas quando foram atacados.

 

Os soldados, que desceram de helicópteros por cordas, foram recebidos por parte dos ativistas a bordo do maior dos navios, o Mavi Marmara, com golpes e agressões, segundo imagens filmadas no próprio navio e desde o ar. Segundo o general israelense, "desde o momento no qual a operação começou, estava claro que as circunstâncias não tinham precedentes", e que não podiam ser previstos seus resultados.

 

O testemunho de Ashkenazi, que nos próximos meses deixará o cargo após um período de quatro anos à frente do Exército, é um dos três mais relevantes para o esclarecimento de fatos que causaram indignação na Turquia e em toda a comunidade internacional.

 

Seu depoimento segue ao do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, na terça-feira, e ao do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, no dia anterior, que evitaram assumir a responsabilidade pela ação militar em si. Por outro lado, os dois se declararam responsáveis politicamente pelas consequências do ataque aos seis navios da frota, mas atribuíram ao Exército os erros operacionais.

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Entre estes erros estaria o fato de não haver informação de inteligência sobre quem eram exatamente os ativistas que estavam a bordo, e se a intervenção militar israelense suscitaria algum tipo de violência. "Os soldados de elite (que participaram da operação) mostraram calma, coragem e princípios morais", disse Ashkenazi, que se mostrou "orgulhoso" de seu comportamento.

 

Ao contrário de Netanyahu e Barak, Ashkenazi ressaltou que ele "tem responsabilidade pelas ações do Exército" e que o bloqueio marítimo a Gaza, faixa governada pelo Hamas, cuja legalidade também será analisada pela comissão, "tem grande importância para impedir a chegada de grandes quantidades de armas aos grupos terroristas".

 

O episódio deixou nove ativistas turcos mortos e causou revolta na comunidade internacional, principalmente entre os países islâmicos e árabes. O caso também fez com que as atenções fossem voltadas para o bloqueio do Estado judeu ao território palestino, posteriormente revisto.

 

As novas regras do bloqueio permite a entrada de todo o tipo de produtos em Gaza. Apenas armas, materiais de construção e outros bens, como substâncias químicas, passam por uma rigorosa supervisão antes de ingressar no território.

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