
30 de abril de 2008 | 11h22
Soldados israelenses não conseguiram perceber que Fadel Shana era um cinegrafista que trabalhava para a Reuters antes de dispararem de um tanque contra o jornalista, segundo afirmou o Exército de Israel nesta quarta-feira, 30, citando os resultados preliminares de uma investigação. Shana morreu enquanto gravava em uma estrada da região central da Faixa de Gaza, no dia 16 de abril. Outros cinco palestinos também morreram no ataque. O cameraman utilizava um veículo identificado com grandes adesivos na frente e nas laterais, além de usar um colete a prova de balas azul nos quais a palavra "Press" (imprensa) aparecia em letras grandes sobre uma área florescente localizada na parte dianteira da roupa. Respondendo a vários pedidos para que houvesse uma explicação oficial sobre o incidente, a major Avital Leibovich, porta-voz das Forças Armadas de Israel, disse que os militares não haviam ainda completado sua investigação, mas que forneceriam um relatório completo o quanto antes. "A investigação inicial mostrou que eles não foram identificados como membros de meios de comunicação", afirmou a porta-voz. No total, 19 palestinos morreram naquele dia depois de militantes terem matado três soldados israelenses que realizavam uma operação dentro da Faixa de Gaza. Segundo médicos, Shana, 24, foi morto por dardos de metal lançados por uma projétil vindo de um tanque. Os últimos momentos de gravação da câmara dele mostram um disparo sendo realizado por um tanque localizado a cerca de 1,5 quilômetro de distância. Wafa Abu Mizyed, colega dele, ficou ferido após ter sido atingido por um dardo. Editores da Reuters encontraram-se com Leibovich e com representantes do gabinete do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, na quarta-feira, a fim de conclamar as Forças Armadas do país a dar informações sobre a investigação. "Diante da família de Fadel Shana e dos jornalistas que trabalham para a Reuters e para outros meios de comunicação, temos a obrigação de descobrir exatamente o que aconteceu duas semanas atrás", afirmou Mark Thompson, editor-executivo da Reuters para a Europa, o Oriente Médio e a África. "Conclamamos os militares israelenses a realizarem sua investigação o mais profunda e rapidamente possível."
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