
26 de março de 2008 | 12h30
A facção Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse nesta quarta-feira, 26, que desistirá do diálogo com o Hamas caso o grupo islâmico não ceda o controle de Gaza, levando dúvidas à tentativa de reconciliação patrocinada pelo Iêmen. O Fatah e o Hamas, que tomou o controle da região em junho, concordaram nesta semana, no Iêmen, em retomar conversas diretas para fazer com que "a situação palestina volte a ser o que era antes dos incidentes em Gaza", após meses de hostilidades. Mas a evidente disputa rapidamente estourou. O Hamas diz que as negociações começam no dia 5 de abril, enquanto o gabinete de Abbas insiste que o grupo islâmico tem de desistir do controle sobre a Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos. "Estamos prontos para começar um novo capítulo, mas a condição palestina continua a mesma, e isso é uma reversão total do golpe", disse a repórteres Nabil Amr, conselheiro de mídia de Abbas, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia. "Esta é a posição final da Autoridade Nacional Palestina, da Organização para a Libertação da Palestina e do Fatah." Depois da tomada de Gaza, Abbas respondeu com a dissolução do governo liderada pelo Hamas, prendendo simpatizantes do grupo e buscando negociações de paz com Israel mediadas pelos Estados Unidos - estratégia rejeitada pelo Hamas. O Hamas pediu várias vezes para se reconciliar com o Fatah, mas rejeita a exigência imposta por Abbas de abrir mão do controle da Faixa de Gaza. O dirigente do Hamas Sami Abu Zurhi afirmou que os comentários de Amr refletem as posições de Israel e dos Estados Unidos e "acabam" efetivamente com a iniciativa do Iêmen. Entretanto, Zuhri disse que "a iniciativa do Iêmen deixou claro que seria um diálogo entre o Hamas e o Fatah, não uma lista de itens a serem implementados imediatamente."
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