Força aérea turca bombardeia o norte do Iraque

Ação pode significar início da colaboração americana; imprensa diz que sete são seqüestrados por rebeldes

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Por Efe
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Dois helicópteros de combate turcos bombardearam nesta terça-feira, 13, vilarejos no norte do Iraque onde estariam membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), informou a rede NTV, citando fontes da agência de notícias privada Cihan". O ataque aconteceu no mesmo dia em que a imprensa turca anunciou que rebeldes curdos seqüestraram sete pessoas no leste da Turquia.   A área bombardeada tinha sido esvaziada previamente e fica em uma zona montanhosa no lado iraquiano da fronteira. O incidente não foi confirmado pelo Exército turco nem por fontes ligadas ao PKK, e, por enquanto, não há informações de baixas.   A rede turca NTV afirmou que a Turquia e os Estados Unidos concordaram em compartilhar informações de inteligência sobre a presença de membros do PKK, durante a recente reunião entre o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente americano, George W. Bush. Segundo a emissora, o bombardeio poderia ser um dos primeiros resultados desse acordo.   Seqüestro   O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) seqüestrou as sete pessoas na província de Van, no leste da Turquia, a poucos quilômetros da fronteira com o Irã, segundo o jornal Cumhuriyet.   O grupo terrorista capturou os jovens de 18 a 20 anos, dois dos quais pertencem ao corpo da Guarda Rural, uma organização paramilitar formada por curdos e usada pelo Estado turco para lutar contra o PKK por conta do seu conhecimento do terreno.   Um grupo de militantes do PKK bloqueou uma ponte da localidade de Ogulveren, a dez quilômetros da fronteira iraniana, onde deteve vários veículos e realizou atividades de "propaganda".   Soldados presos   O seqüestro aconteceu em Van, a mesma província onde estão detidos, por ordem de um tribunal militar, os oito soldados capturados e depois libertados pelo PKK. Esses soldados foram capturados durante o combate em Daglica, em 21 de outubro, no qual 12 militares morreram e outros 16 ficaram feridos. Após duas semanas de cativeiro, os soldados foram libertados por mediação das autoridades do norte do Iraque, das forças americanas e de vários deputados do Parlamento turco pertencentes ao Partida da Sociedade Democrática (DTP, nacionalista curdo).   No entanto, o resgate esteve em meio à polêmica, já que algumas fotos revelaram que os parlamentares do DTP assinaram um documento de libertação ao PKK sobre uma mesa coberta por bandeiras com símbolos do grupo separatista.   Após uma investigação ordinária, o tribunal militar de Van decidiu acusar os oito soldados de "deserção em um país estrangeiro" e "desobediência a ordens, o que poderia ter levado à catástrofe". Os militares consideram que os soldados se renderam ao PKK e que isso colocou em perigo ao resto de seu batalhão, e provocou o aumento do número de baixas no combate em Daglica.   O advogado dos soldados, Ramazan Korkmaz, informou que estes não aceitam as acusações, e alegam em sua defesa que suas armas tinham parado de funcionar e a munição tinha acabado, por isso não tiveram outra escolha se não a rendição.

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