
04 de agosto de 2011 | 20h29
AMÃ - As Forças Armadas da Síria mataram a tiros quatro manifestantes perto de Damasco e no sul do país depois das orações noturnas do ramadã nesta quinta-feira, 4, ao abrirem fogo contra os protestos que exigem a saída do presidente Bashar Assad, disseram organizações ativistas.
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Abdullah Abazeid, um membro do Comitê de Coordenação da Revolução Síria, afirmou que três manifestantes morreram e ao menos dez ficaram feridos na cidade de Nawa, perto de Deraa, berço da revolta de cinco meses contra os 41 anos de regime da família Assad.
"As manifestações têm acontecido diariamente depois do 'tarawih' (orações que se seguem ao intervalo noturno de jejum durante o mês sagrado islâmico do ramadã) em Deraa e em áreas próximas", afirmou Abazeid.
O Comitê de Coordenação Local, outra organização ativista, afirmou que outro manifestante foi morto em Qadam, no subúrbio de Damasco, depois que quatro ônibus cheios de policiais cercaram uma manifestação e atiraram contra a multidão.
A Síria voltou a ganhar a atenção da comunidade internacional desde domingo, quando iniciou-se uma nova onda de repressão das forças de segurança contra as manifestações contrárias ao regime de Assad. O principal foco da violência, porém, é a cidade de Hama, no oeste do país, onde morreram mais de 200 pessoas nos últimos dias, dizem ativistas.
A revolta contra o regime teve início em março, e desde então países e organizações condenaram Assad pela resposta violenta aos protestos. Na quarta-feira, a Organização das Nações Unidas aprovou um decreto presidencial repudiando a repressão e pedindo calma de todas as partes envolvidas no conflito.
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